As seleções nacionais e a Federação Portuguesa de Futebol passarão a viver e trabalhar no Jamor, em Oeiras, a partir de meados de 2015. A «Cidade do Futebol» custará dez milhões de euros e 40 por cento do financiamento virá de UEFA e FIFA. Fernando Gomes, presidente da FPF, e Miguel Relvas, ministro-adjunto, assinaram esta quarta-feira o protocolo que dá início ao projeto.

De acordo com o que foi o revelado pelo presidente da FPF, o projeto custará dez milhões de euros. A UEFA aceitou comparticipar em cerca de três milhões de euros. A FIFA dará um milhão de euros. O restante será conseguido através de candidaturas do munícipio de Oeiras a fundos comunitários de reabilitação para o «Alto da Boa Viagem» e das receitas dos jogos particulares da seleção, nas próximas duas épocas. «Esta é uma forma de dar sentido adicional a esses jogos, tantas vezes mal compreendidos. Uma Federação transparente revela onde aplica as suas receitas. No nosso caso elas serão aplicadas aqui, ao serviço das próxmas gerações», afirmou Fernando Gomes.

O arquiteto responsável pelo projecto, José Paradela, explicou durante a cerimónia que a «Cidade do Futebol» terá dois núcleos.

O maior ficará situado no «Alto da Boa Viagem» (nas traseiras da tribuna de honra do Estádio Nacional, do lado direito de que desce do Jamor). Aí existirá a nova sede da Federação (que deixa o centro de Lisboa), um campo com uma bancada para mil espectadores, dois campos relvados e uma área para treino de guarda-redes, além de um edifício de apoio técnico.

O segundo núcleo será mais pequeno e servirá seleções jovens, futebol feminino, futsal e futebol de praia. Terá dois campos de treino e um edifício de apoio. Ficará em outro local do Centro Desportivo Nacional do Jamor.

A assinatura do protocolo entre federação e governo foi o resultado de oito meses de conversas. Seguir-se-á o processo de licenciamento. As obras têm início previsto para Janeiro de 2014 e deverão estar concluídas «dezoito meses depois», segundo José Paradela.

Adeus a Sintra

A «Cidade do Futebol» é o projeto que sucede à «Casa das Seleções», muitas vezes prometida na direção de Gilberto Madail, presente na cerimónia. Sintra chegou a ser o destino escolhido, mas federação e governo entenderam que nas atuais condições não existia capacidade financeira para obra de semelhante envergadura (custaria cerca de 30 milhões de euros e teria um hotel). Fernando Seara, presidente da Câmara Municipal de Sintra, ouviu Fernando Gomes agradeceu-lhe a compreensão pela mudança e a visão. Mas, disse, «o mundo mudou» e o presidente da FPF não esconde que é «entusiasta» deste novo projeto. Mais pequeno, mais barato, mais adaptado à realidade.

Miguel Relvas também sublinhou a necessidade de o futebol ter um centro de alto rendimento. Pela importância social que possui e pelos resultados dos últimos anos (o ministro quis salientar a excelência do nosso futebol e referiu-se a Portugal como «quinta seleção do mundo»; pecou por defeito: duas horas antes o novo ranking da FIFA colocara Portugal na quarta posição).

No dia em que fazia anos (algo que foi revelado por Fernando Gomes), o ministro desejou que o Jamor seja «cada vez mais um espaço que as famílias da área metropolitana de Lisboa escolhem para lazer desportivo».

Na cerimónia, que decorreu na tribuna de honra do Estádio nacional, estiveram presentes representantes de clubes, sócios da Federação e diversos responsáveis da direção federativa.