Diogo Valente, inteligência natural

O mais audaz dos visitantes. Domesticador rude da bola, serva de um pé esquerdo arrebatador. Custa entender a tardia solidificação numa equipa de topo. Não erra um passe, não falha um drible. Exímio a cobrar bolas paradas, esteve muito perto do golo aos 52 minutos. A bola só parou nas malhas laterais do Vitória. Está na hora de se impor em definitivo no futebol português. Mostrou um leque riquíssimo de detalhes técnicos. O melhor.

João Paulo, torre imperial

Torre de vigia nos instantes defensivos: alerta, imponente, granítica; força invasora na hora dos lances de bola parada: impulsiva, incontrolável, felina. Uma, duas, três vezes a ganhar nas alturas em plena área contrária. Em cima do descanso, testa na bola e a barra a abanar. A melhor oportunidade do V. Guimarães em todo o jogo. Maduro, extremamente concentrado, pedra basilar na estrutura dos minhotos. Como cresceu desde os tempos do F.C. Porto!

Éder, a primeira vez

Um golo, o primeiro no campeonato, a deixar em silêncio o D. Afonso Henriques. Liberto na esquerda a passe de Adrien Silva, cavalga sobre a área vitoriana e finaliza com tranquilidade perante Nilson. Momento grande numa exibição morna, obviamente ampliada por este pormenor. Ulisses Morais apostou em Éder e o avançado deu-lhe razão. Lutador, algo trapalhão, incansável.

João Alves, momento bom

Fresco, sempre em movimento, constantemente à procura de bola. Nos momentos de dificuldade na transição, é João Alves quem assume a condução de todo o jogo. Passa ao longe, faz compassos de espera, sempre com qualidade. Está em bom momento físico e o seu futebol ganha uma dimensão muito interessante com isso. No actual meio-campo do Vitória, é João Alves quem mais ordena.

Adrien Silva, equilibrado e regular

Capacidade táctica comprovadamente boa, no vértice mais recuado do triângulo do meio-campo. A experiência negativa em Israel não o traumatizou, pelo contrário. Em Coimbra, Adrien volta a sentir-se útil e a tentar mostrar que pode fazer carreira no Sporting, clube de formação. Sem se dar muito por ele até ao 1-0, conquistou bolas e preencheu terrenos militarizados no meio-campo. Jogo regular, importante para os equilíbrios da equipa, com uma assistência decisiva no 1-0.

Peiser, heróico

Heróico na avalancha final do ataque vitoriano. Defesas possíveis e impossíveis. Tocou o céu com algumas palmadas soberbas na bola.