Delson e Niquinha
Agressividade, recuperação e polivalência. Grande personalidade. Foram jogadores-chave para a forte a gestão do jogo na linha média. A cavalaria vilacondense do meio-campo mostrou autoridade e clarividência. A meter o pé, a dividir bolas, a carregar os apoios e a aproximar o desempenho colectivo da área vitoriana. Delson e Niquinha costuraram e arremataram muitas das iniciativas do Vitória, numa espécie de «fecho duplo» em que se transformaram. Estiveram bem nas compensações e transições defesa-ataque. Só faltou mais velocidade.
Paulo Sérgio
Assistiu de forma certeira Sagonowski para o empate (1-1, 46m). O extremo-direito entrou para o lugar de Flávio Meireles e mostrou que está em boa forma. Foi no flanco esquerdo que arranjou espaço para centrar para golo, mas também actuou no meio. Foi uma lufada de ar fresco para a equipa a precisar de uma energia renovada. Tentou ainda de forma perigosa o remate de meia distância e quase marcava a dez minutos do final.
Gaúcho 99
Quase centenário. No lado esquerdo ou no meio, em confrontação com Medeiros e Cléber, procurou criar rupturas e aproveitar o erro alheio, o que conseguiu a Medeiros quando abriu em definitivo as portas do golo perto do quarto de hora. Já leva 99 golos na Liga. Hoje, marcou mais um golo de um significado importante. Saiu ao intervalo para a entrada de Chidi. Uma substituição estratégica devido à «infantilidade» de Anic, expulso a terminar a primeira parte.
Saganowski
O avançado polaco foi uma autêntica tomada de energia no início da segunda metade. Ligou a equipa ao resultado, podendo dar-se como exemplo o bom golo de cabeça, o quinto na presente edição da Liga, que marcou a abrir a segunda parte e galvanizou, por momentos, a equipa. Com muita luta e sacrifício manteve duelos acesos com Bruno Mendes ou Danielson. Mostrou ainda alguma «cerimónia» no remate, mas também testou as luvas de Mora, como quando concluiu, de primeira, um dos melhores lances do encontro (62m). Mas a dinâmica posicional com Antchouet foi nula.
Gallardo, o ala veloz
Na segunda vez titular, foi uma «chama» que «aqueceu» o flanco direito na segunda parte. Fez bem o seu papel, com «raides» e movimentos apressados a carrilar jogo. Guiado pela incontornável velocidade que tem no corpo, foi um verdadeiro extremo em campo. Arrancou várias vezes pelo flanco direito e, invadindo a linha de fundo, cruzou bem a bola para a área. Manteve Milhazes em alerta máximo. Teve uma dinâmica forte a atacar e, mesmo não tão bem a defender, é uma das novas atracções da equipa de Vítor Pontes. Ofereceu golos a Antchouet e Saganowski, Mora é que não deixou eclodir os festejos, mas deixem o sevilhano entrosar-se.
Paíto
O rosto do jogo e algum espectáculo foi desenhado pelo seu corredor. Se na primeira parte pouco subiu no terreno, na segunda metade deu muito que fazer a Marquinhos e Evandro, já que Zé Gomes andava ocupado com Antchouet. O moçambicano, que chegou por empréstimo do Sporting, correu muito, fez muitas vezes rolar a bola vertiginosamente pelo tapete, mas acabou estatelado no relvado.
Anic no vermelho
Uma lição de mal jogar. Quando já tinha um cartão amarelo e o jogo estava interrompido para um lançamento lateral favorável ao Vitória, deu um pontapé na bola e foi expulso deixando a equipa inferiorizada para toda a segunda parte, o que valeu ao Rio Ave um acréscimo de dificuldades.
Medeiros
Nervosismo inicial e um erro primário para um defesa da sua experiência. Ofereceu um «brinde» que Gaúcho soube aproveitar para inaugurar o marcador e deixou a equipa vitoriana atrás no resultado. Acabou expulso na recta final. Uma tarde para esquecer.