Charles Chad, uma surpresa que já decide
Aposta do Trofense no mercado de Inverno, este ponta-de-lança brasileiro é uma surpresa agradabilíssima. Aos 27 anos, conta com passagens pelo F.C. Porto B (entre 2002 e 2004), por dois emblemas colombianos obscuros e uma mão-cheia de clubes brasileiros de segunda linha. O currículo pode não impressionar, mas a qualidade das suas acções contraria o histórico aparentemente desinteressante. Além do golo decisivo, teve nos pés uma fantástica oportunidade para marcar à passagem da meia-hora e um bom pontapé de primeira também, a um quarto-de-hora do final. A figura do jogo, indiscutivelmente.
Hugo Leal, inteligência à flor da relva
Os bons jogadores são assim. A cada toque na bola desabrocham, fluem, perfumam. Hugo Leal é um destes atletas. Até pode não estar muito interveniente, mas emerge num passe, num drible, mesmo no pormenor mais subtil. A forma como isolou Charles Chad aos 30 minutos é o melhor exemplo da forma inteligente como lê o jogo. Não corre quilómetros, nem é rápido, mas pensa mais depressa e melhor do que os outros. E isso faz toda a diferença.
Nuno Assis, do oito ao oitenta
Cinzento no primeiro tempo, exuberante no segundo. Regeu a qualidade de jogo da sua equipa. Enquanto não apareceu, o Vitória penou; com a sua melhoria, o conjunto efervesceu. Recuperou bolas, transportou com energia e técnica várias jogadas e agitou com primor o sector mais atacante vimaranense. Tudo na etapa complementar, pois na primeira parte passou completamente ao lado.
Marco Pereira, estreia segura
Aos 22 anos, estreia absoluta na Liga. Formado no Boavista, Marco Pereira esperou quase três anos até ter uma oportunidade para defender como titular a baliza do Trofense. Em Guimarães deixou boas indicações, principalmente pela forma segura como abordou todos os cruzamentos que sobrevoaram a sua área de acção. Grande intervenção a remate de Desmarets a dez minutos do fim. Aposta interessante de Tulipa.
João Alves, mais-valia em período ingrato
Nunca perdeu a lucidez, tentou entregar sempre a bola jogável e correu quilómetros. Mesmo num contexto complicado, fruto da pressão que esmaga a confiança vitoriana, João Alves continua a ser uma mais-valia no meio-campo. Movimenta-se bastante, não tem medo de rematar e impulsiona com labor grande parte do futebol ofensivo do Vitória. Exibição muito positiva.