Assim o Vitória de Setúbal caminha a passos largos para a segunda liga. A equipa não mostra organização nem fio de jogo, não mostra força nem arte para chegar à baliza adversária. Já leva três meses sem ganhar e tranquilamente a Naval levou os três pontos do Bonfim (0-3).
A derrota do Vitória esta tarde começou nos dois centrais Auri e Hugo. O primeiro falhou o passe, o segundo foi obrigado a fazer falta à entrada da área. E Fajardo atirou rasteiro com Nelson a não conseguir travar a bola que lhe passou por baixo.
Estavam decorridos apenas nove minutos de jogo. Com os reforços Rui Dolores e André Barreto em campo, o Vitória tentou reagir, mas sempre de forma muito confusa. Varela esteve em tarde algo desinspirada, pelo menos na primeira parte, Mbamba foi quase ausente, Amuneke pareceu sempre deslocado. Dolores foi dando boas indicações, mas a defesa do Naval conseguiu sempre afastar o perigo.
O golpe final
Do outro lado, João Ribeiro, Lito e Nei mostraram-se sempre demasiado perigosos para dois centrais que não começaram bem o jogo. E Nelson viu-se em apuros várias vezes. No segundo tempo ficou tudo na mesma. Cardoso não mexeu na estrutura, o Vitória continuou sem mostrar vontade de chegar ao empate e a Naval, com a mesma tranquilidade do início, atirava à baliza de Nelson com mais perigo.
João Ribeiro deu o aviso um minuto antes, para a «machada» final no jogo de Nei. E aos 49 aconteceu a melhor coisa deste jogo. Um remate em jeito de fora da área, numa acção absolutamente individual do avançado, que deixou Nelson de joelhos na relva e acabou com o jogo. Com 0-2, o treinador do Vitória tirou Hugo de campo, e abriu as portas à goleada da Naval que não aconteceu por outros números por acaso.
Aos 60 minutos, já havia adeptos do Vitória a deixarem as bancadas porque a equipa não mostrava sequer que podia reduzir a desvantagem. E assim aconteceu. A Naval ainda chegou ao terceiro em mais um momento de Nei que isolou Mário Sérgio. O barco sadino foi ao fundo de vez. Três meses sem ganhar mostram o Vitória a caminho da II Liga. A não ser que algo mude profundamente.