O Tribunal da Boa Hora, em Lisboa, deu como provado que Vale e Azevedo, presidente do Benfica, praticou três crimes de falsificação de documentos no caso Euroárea e condenou-o a um ano e meio de prisão.
Segundo o advogado de defesa, o colectivo de juízes do processo, relacionado com a venda dos terrenos Sul do clube, foi obrigado a fazer cúmulo jurídico com a pena de quatro anos e meio de prisão que lhe foi aplicada no caso Ovchinnikov (do qual o arguido se encontra em liberdade condicional), resultando daí seis anos de cadeia.
Assim, segundo José António Barreiros, fica nas mãos do juiz de execução de pena a decisão de Vale e Azevedo cumprir ou não prisão efectiva, quando em Maio terminar a pena aplicada no caso Ovchinnikov, em que o antigo líder «encarnado» foi condenado por peculato (apropriação indevida de dinheiros do clube).
No caso EuroÁrea, Vale e Azevedo foi absolvido dos crimes de branqueamento de capitais e peculato, uma vez que não foi dado como provado que o arguido se tivesse apropriado de cinco milhões de euros com a venda dos terrenos da urbanização Sul do clube. Vale e Azevedo foi também absolvido do pagamento de uma indemnização cível ao Benfica no valor de cinco milhões de euros.
Recursos em perspectiva
José António Barreiros e o advogado do assistente Benfica, José Marxueta, informaram que vão apresentar recursos do acórdão do colectivo de juízes formado por Ana Wiborg, Ana Peres e Simões de Almeida. O causídico justifica a interposição do recurso da pena de ano e meio de prisão com o facto de o seu arguido não aceitar a imputação de que forjou documentos.
Em contrapartida, o Benfica pretende apresentar recurso pelo facto de Vale e Azevedo ter sido absolvido do crime de peculato.