O presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, reafirmou neste domingo, em balanço à participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Londres, que não vai recandidatar-se ao cargo. Na mesma ocasião, o dirigente garantiu que não irá apoiar qualquer nome nas eleições de março de 2013.

Após 17 anos de permanência à frente do COP, Vicente de Moura, fez uma análise com contornos de despedida à passagem portuguesa pelos Jogos de Londres: «Se querem um responsável têm-no aqui. Eu sou o responsável», afirmou, ao mesmo tempo que advogou mudanças estruturais no sistema desportivo português, para que seja possível melhorar os resultados nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro: «O sistema desportivo está obsoleto», afirmou, ao mesmo tempo que apelava também para que o protocolo de apoio à preparação para os Jogos do Rio de Janeiro2016 seja «imediatamente» aprovado.

Falando repetidamente em «fim de ciclo», o dirigente manifestou novamente a ideia de que sem uma «mudança de paradigma» na organização desportiva em Portugal, os resultados olímpicos vão continuar a cair em 2016, englobando vários governos na incapacidade para «pôr a juventude» portuguesa «a praticarem desporto».

Vicente de Moura sublinhou ainda a desvalorização efetiva do desporto em Portugal com o fim do miniestério e a passagem a secretaria de estado equiparada à da Juventude. A concluir, Vicente de Moura esclareceu que a ideia de naturalizar atletas africanos com a vista à luta pelas medalhas era uma formulação irónica, e deixou uma certeza para os próximos Jogos: «Portugal deve trazer pelo menos 10 atletas medalháveis para poder ganhar um ou duas medalhas», frisou, antes de elogiar a porta-estandarte da comitiva olímpica, Telma Monteiro, apesar da derrota no seu primeiro combate: «Ela merece uma medalha no Rio de Janeiro».