Vítor Pereira fez um «balanço positivo» das arbitragens aos jogos da primeira volta da Bwin Liga e da Liga Vitalis, destacando, acima de todos os factores, o aumento do tempo útil dos jogos e do decréscimo do número de cartões exibidos. O dirigente deixou, no entanto, um alerta, pedindo maior rigor aos árbitros auxiliares nas situações de fora-de-jogo.
Segundo o responsável pela arbitragem, nos jogos da primeira volta, em matéria disciplinar, no total das situações registadas pelos observadores, notaram-se apenas três por cento de decisões erradas em relação a cartões amarelos e de dez por cento em relação aos vermelhos. Números «lisonjeiros» para Vítor Pereira.
«Tem havido menos cartões e isso deve-se ao bom comportamento dos jogadores e à acção dos árbitros que têm indicações para aumentarem o tempo útil de jogo e proteger os jogadores mais tecnicistas. Com menos faltas e menos interrupções, aumenta o tempo útil de jogo», referiu no final da segunda Acção de Avaliação e Aperfeiçoamento dos Árbitros que decorreu esta terça-feira em Tomar.
Apesar do balanço positivo, continuam a chover críticas todas as semanas da parte dos dirigentes. «Se viermos aqui daqui a cem anos vai continuar a haver críticas. A única coisa que podemos fazer é tentar diminuir a margem de erro», comentou Vítor Pereira, salientando a forte aposta que a Comissão de Arbitragem está a fazer em centros de treinos e na criação de melhores condições para os árbitros.
«Umas críticas são justas, outras não. A verdade é que cada equipa tem três resultados possíveis, mas os árbitros têm 32 resultados possíveis», prosseguiu, deixando claro que, apesar de tudo, também regista uma melhoria nas relações institucionais com os clubes. «Aos poucos os dirigentes estão a entender o que é melhor para o jogo. A tolerância tem sido grande, o entendimento e a confiança têm aumentado progressivamente», acrescentou.
Apesar de tudo, foram registados erros graves, mas Vítor Pereira preferiu não especificar. «Os erros mais graves são todos aqueles que influenciam os resultados, não houve um, houve vários», contou sem ter os números concretos à sua disposição. Nesse sentido foi feito um alerta especial aos árbitros auxiliares em relação à lei do fora-de-jogo. «Verificámos que os assistentes não decidem correctamente quando não estão rigorosamente em linha com o penúltimo defesa. Deixámos um alerta para essas situações», acrescentou.
A falta que resultou no golo do F.C.Porto frente ao Sporting no Estádio do Dragão, por um alegado atraso a Stojkovic, foi um dos casos mais comentados da primeira volta, mas para Vítor Pereira não existe polémica. «O que diz a lei nessas situações, como a mão na bola, é que compete ao árbitro aferir a intenção do jogador. Naquele momento Pedro Proença interpretou o lance como um passe e marcou falta, não há nada a dizer», destacou.
Vítor Pereira referiu-se ainda a introdução do sistema de comunicação áudio, vulgo auricular, considerando que a sua utilização está a ser «mais eficaz», apesar dos árbitros estarem ainda em período de adaptação e afinação até ao final da temporada.