A FIGURA: Darwin

Impositivo na forma como cabeceou para o 2-0 do Benfica na reta final da primeira parte. Na segunda parte assinou o 3-0 na conversão fria de um castigo máximo. Ainda teve algumas das habituais arrancadas pela meia-esquerda. Pouco depois do terceiro dos encarnados, serviu Rafa para o 4-0 aparentemente fácil que o internacional português não concretizou. Chegou aos 20 golos na presente edição da Liga e segue cada vez mais disparado no topo da lista dos goleadores.

 

O MOMENTO: a emoção de Yaremchuk. MINUTO 61

O avançado ucraniano já tinha sido o jogador mais aplaudido aquando do anúncio da ficha de jogo pelo speaker. Mas aos 61 minutos a Luz testemunhou um momento carregado de simbolismo. Roman Yaremchuk foi a jogo e os adeptos gritaram em peso o nome do ucraniano que por estes dias tem o país ameaçado pela Rússia. A emoção tomou conta do número 15 dos encarnados, que enxugou as lágrimas e foi em busca do golo. Com a braçadeira de capitão, dada por Vertonghen, no braço esquerdo.

 

OUTROS DESTAQUES

Gilberto: muito interventivo nas ações ofensivas do Benfica, serviu Gonçalo Ramos para o 1-0 e bisou nas assistências quando cruzou para o segundo de Darwin. Aí ficou-se pelo flanco, mas ao longo do jogo – sobretudo na primeira parte – ensaiou várias diagonais até ao corredor central. Numa delas, logo aos 4 minutos, não ficou muito longo do golo.

Gonçalo Ramos: avançado? Médio? O que o jogo pedir, ele é. E aos 23 minutos o jogo estava a pedir-lhe que fosse avançado. E foi, inaugurando o marcador com um remate fabuloso. O 3-0 de Darwin nasce de um penálti cometido sobre ele, que ainda voltaria a marcar, mas dessa vez após fora de jogo de Morato. Mais uma exibição consistente do jovem avançado. Ou médio.

Vlachodimos: se o Benfica está a realizar uma temporada muito aquém das expectativas, o internacional grego está a fazer uma das melhores épocas da carreira, o que não deixa de ser sintomático do momento dos encarnados. Aos 7 e aos 14 minutos negou o golo a Estupiñan com duas gigantes intervenções que mantiveram o jogo 0-0 e evitaram que as águias tivessem de correr esta tarde/noite atrás do prejuízo. Voltou a fechar a baliza na segunda parte, com defesas a remates de Quaresma e, a fechar, a Jorge Fernandes.

Meïté: os 1-0 e o 2-0 do Benfica nascem de duas boas aberturas do médio francês para Gilberto. Neste domingo, a Luz viu nele a virtude da qualidade de passe a curta e sobretudo a meia-distância. Mas também viu lacunas para desempenhar a posição mais recuada do meio-campo e aqui tendemos a concordar com Nélson Veríssimo, que já disse ver nele um médio-centro. Sem bola, Meïté não pensa de facto como um 6 e isso deixou por vezes a linha defensiva exposta.

Lameiras: aos 15 minutos de jogo, o V. Guimarães somava já duas oportunidades. Mas oportunidades daquelas de golo quase certo e não como as de Gonçalo Ramos e Darwin (ambas concretizadas) até ao fim da primeira parte. Foram dele os dois passes soberbos (8m e 14m) que rasgaram a defesa do Benfica e deixaram Estupiñan na cara de Vlachodimos, que levou a melhor em ambas as ocasiões. Teve ainda um remate perigoso pouco depois do 1-0. Mostrou-se muito inteligente na leitura de jogo quando a equipa de Pepa teve a bola.