Xavi Hernández revelou que esteve muito perto de assinar pelo Bayern Munique em 2008 numa entrevista ao «Mundo Deportivo» na qual revê a sua longa carreira no Barcelona quando está prestes a chegar aos 700 jogos pelo clube catalão, depois de se ter estreado na equipa principal em 1998/99, com apenas dezasseis anos.

«Foi bastante sério. Tive inclusive uma reunião com um treinador do Bayern e com Branchini (empresário FIFA). O Pep chamou-me e disse-me que não podia sair porque o Barça que tinha em mente girava à volta de jogadores determinados e que eu não podia deixar o clube. Não me enganei, foi uma boa decisão, o meu desejo é retirar-me no Barça», contou.

Afinal foi o clube que lhe abriu as portas bem cedo, quando tinha apenas 16 anos. Dezasseis anos depois, Xavi pode chegar, já esta noite, aos 700 jogos com a camisola catalã. «É um orgulho ter feito tantos jogos. É o melhor clube que podia estar. Quero chegar aos 800 ou mais. Passei pelo pior e pelo melhor da história do Barça. A seca de cinco anos (1999 a 2004) e depois vivemos o ciclo triunfal com o triplete, as seis taças e duas Champions», recordou.

Dezasseis anos em que Xavi conheceu vários treinadores. «Van Gaal foi vital na minha carreira. Deu-me uma oportunidade com 17 anos. Rijkaard era sincero e humilde, lesionei-me e deu-me confiança para voltar. Guardiola revolucionou o barcelonismo e o futebol mundial. Levou-nos à excelência com exigência. Tito foi mais tranquilo e mais pausado. Tata [Martínez] trabalha a um nível máximo, é próximo, direto e sabe relacionar-se», destacou.

Uma longa carreira com alguns jogos especiais. «As goleadas contra o Madrid. O 6-2 no Bernabéu e o 5-0 em casa. Não queríamos que acabassem. No balneário dançámos e dançamos», recordou, sem esquecer os momentos menos positivos. «As doenças de Abidal e Tito. Aí já não é futebol, é a vida», acrescentou.