Uma coluna de oito militares assumiu o comando dos estúdios do Rádio Clubes Português às 03.59 horas, o que obrigou a disparar uma rajada de tiros para o ar para dispersar a PSP, e o jornalista Joaquim Furtado recebeu ordens para ler o primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas.  

«Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas nas quais se devem conservar com a máxima calma», ouviu-se pela rádio.

«Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo.»

O comunicado escrito pelo major Vítor Alves apelou ainda «para o espírito cívico e profissional da classe médica», pedindo «a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessária».

Seguiu-se a emissão do Hino Nacional e de marchas militares, sendo anunciando desta forma ao país que está a acontecer uma revolução para colocar um ponto final ao regime.

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O comunicado do Movimento das Forças Armadas na voz de Joaquim Furtado: