A pressão sobre o chefe da Deutch Bahn, Hartmut Mehdorn, aumentou este sábado, depois de os jornais «Der Spiegel» e «Süddeutsche Zeitung» terem afirmado que a empresa terá acedido a vários e-mails para identificar os trabalhadores que estavam em contacto com os jornalistas.
Os dois principais sindicatos da companhia ferroviária pública alemã, Transnet e GBDA, apelaram à demissão da administração.
O administrador «Mehdorn deve tirar as consequências que se impõem ou será o proprietário da empresa (o Estado alemão) a fazê-lo», afirmou Alexander Kirchner, dirigente da Transnet, em conferência de imprensa organizada pelos dois movimentos sindicais.
Os partidos da oposição (FDP e Verdes) entendem também que a administração da companhia deve demitir-se, um apelo que a empresa «não está disposta» a aceitar, porque «não houve nenhum incumprimento da lei» no que respeita o correio electrónico dos funcionários, disse Mehdorn.
A Deutsche Bahn «nunca espiou ninguém, nem jornalistas, nem sindicalistas, nem responsáveis políticos nem funcionários», garantiu o administrador Mehdorn.
O especialista alemão no sector dos transportes Uwe Beckmeyer afirmou que «aconteceram coisas que violam a lei», considerando que «está na hora de o governo agir».
Empresa alemã já tinha sido acusada de comparar dados confidenciais
A companhia ferroviária alemã já tinha sido acusada de comparar dados confidenciais dos seus funcionários com os dos fornecedores, no âmbito de uma iniciativa contra a corrupção, tendo estas revelações fragilizado muito a posição de Mehdorn.
Na altura da investigação deste caso, os peritos externos perceberam também que a Deutsche Bahn tinha accionado um sistema para detectar e-mails com nomes de jornalistas ou especialistas do sector ferroviário.
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