O copiloto de Phillipe Boutron, Mayeul Barbet, não tem dúvidas de que a explosão que feriu o piloto francês na passada quinta-feira, dois dias antes do início do rali Dakar, na Arábia Saudita, teve mão criminosa.

«Não foi acidente, mas sim um atentado à bomba, apesar da insistência das autoridades sauditas, que defendem a tese do acidente e da explosão do motor», escreveu Barbet, em declarações ao sítio oficial da equipa Sodicars Racing, no domingo.

Boutron, empresário de 61 anos que também é presidente do US Orleáns, clube francês de futebol, ficou gravemente ferido numa perna e já foi repatriado para França, onde está no hospital militar de Percy a ser tratado.

Tudo aconteceu quando Boutron seguia com mais cinco pessoas da equipa Sodicars, nas imediações do hotel Donatello, em Jeddah.

«A origem da mesma ainda é desconhecida, mas não se descarta nenhuma possibilidade, incluindo um ato malicioso», referiu a organização, em comunicado, na reação imediata à explosão, na semana passada, algo que levou ao reforço da segurança.

Na segunda-feira, o chefe de equipa da Sodicars, Richard Gonzalez, já tinha declarado que se tratava de um ato intencional. Gonzalez não estava no veículo, mas chegou rapidamente ao local e percebeu a situação.

«Ao início, eles pensavam que algo tinha batido no carro deles, mas houve um impacto significativo no chassi do carro. Foi, de facto, uma carga que rebentou. Eu estive lá, tenho fotografias, vi tudo, é um ato voluntário», considerou, em declarações ao France Bleu.

A secretária de imprensa da equipa, Marie-France Estenave, revelou também que a direção do rali Dakar pediu «silêncio», dado que não havia certezas sobre a origem da explosão.

«A direção da corrida pediu que nos calássemos porque não tinham a certeza de que era um ataque. Também tivemos de esconder a verdade da família durante três dias. Tive muitos problemas em aceitar isso», disse, à France 3, em declarações publicadas no domingo.

«É um ataque, é claro. Não é um acidente. A bomba foi colocada», disse, ainda.