O presidente do Barcelona deu esta segunda-feira uma longa entrevista ao programa Onze, do canal catalão Esport3.

Joan Laporta falou sobre o momento crítico que o clube atravessa, de Gerard Piqué, de Neymar e Griezman, e de Lionel Messi, que deixou o Barcelona para rumar ao Paris Saint-Germain.

«Não voltei a falar com Messi. Vi a estreia dele pelo PSG e foi estranho vê-lo noutra equipa, um rival... Não gostei de vê-lo com outra camisola», afirmou o dirigente, que diz ter sido forçado a prescindível da estrela maior do clube por causa do acordo que a Liga tentou forçar o Barcelona a assinar.

O clube catalão atravessa uma situação muito delicada e nas últimas semanas teve de renegociar contratos com vários jogadores para poder inscrever as contratações e não incumprir o fair-play financeiro imposto pela LaLiga. Apesar do desafio que tem pela frente, Laporta garante não estar arrependido de ter regressado à presidência do Barça. «Queremos resgatar o clube desta situação. Ele está na UCI, mas está a melhorar e há dados que o indicam. (...) Passámos a massa salaria de 110 para 80 por cento. Quero felicitar os executivos e o departamento financeiro do Barça pelo trabalho que têm feito e todos os que têm trabalhado de forma incansável. E temos uns heróis que são o Piqué, o Alba, o Busquets e o Sergi Roberto. Tudo o que fizeram é admirável», vincou.

Laporta foi ainda questionado se foi ou não verdade que tentou contratar Neymar. «Tentámos contratá-lo. Parecia interessante contratá-lo e ele queria vir. Interpretámos o fair-play de outra forma, caso contrário não tínhamos equacionado a proposta.»

O presidente do emblema culé mostrou-se satisfeito com o trabalho de Ronald Koeman e elogiou Griezmann, que foi emprestado ao Atlético Madrid por não encaixar na equipa. «É um grande jogador. Não encaixa no nosso sistema, mas sempre teve uma grande atitude. Futebolisticamente, não era um jogador que nos fizesse falta. Podia ter dado mais», lamentou, referindo que o Atlético Madrid terá de contratar o jogador em definitivo se ele fizer 50 por cento dos jogos.

Por fim, Piqué - «Pode ser um bom presidente no futuro e tem todas as qualidades para sê-lo» - e, de novo, a Superliga Europeia, ideia que o Barcelona subscreveu e que se recusa a abandonar. «O projeto está vivo. Ganhámos tudo nos tribunais. A UEFA não pode impedir-nos. E as pressões aos clubes ingleses, que foi o que os tirou [do grupo], ficaram sem efeito.»