O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) está receoso quanto à extensão da crise mundial que, pela sua natureza, torna difíceis quaisquer previsões.

«Esta é uma crise tão complicada e difícil. Há quem diga que é uma revolução silenciosa, uma mudança dos padrões de consumo», disse Basílio Horta na Conferência Internacional «Portugal/UE e os EUA: Novas Perspectivas Económicas Num Contexto de Globalização», que decorreu esta sexta-feira na Universidade de Direito de Lisboa.

A título de exemplo, o presidente da AICEP recordou que os salários da China estão a crescer a um ritmo de 28 por cento ao ano, o que traz repercussões ao nível do poder de consumo.

No entanto, Basílio Horta recorda que Portugal já passou «crises piores» como a de 1978: «Nesse ano, o que estava em causa era ter dinheiro para comer e não ter dinheiro para combustíveis», disse. Por outro lado, a margem de actuação nessa época era maior do que a dos dias de hoje, em matéria de instrumentos regulatórios.

«Portugal ou se internacionaliza ou não terá visibilidade», sublinhou no mesmo encontro.