Foi há dez anos que a bola começou a rolar nos pés de Tiago Correia. No pátio da Casa do Gaiato, entre mais de 70 crianças, as habilidades do pequeno jogador nunca passavam despercebidas. Hoje, dez anos depois de Bebé ter entrado na instituição de acolhimento, e com o seu futuro a desenhar-se em Manchester, amigos, educadores e treinadores são unânimes nos elogios. Todos recordam o reforço-surpresa dos «red devils» com muita emoção à mistura.

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«O Bebé é um rapaz forte, tem objectivos. Gosta de toda a gente aqui e toda a gente gosta do Bebé, porque não causa intrigas, apenas se foca no futebol», confessa à TVI o amigo Adilson, companheiro inseparável de Bebé na Casa do Gaiato e também na equipa do Loures, que representou durante dois anos.

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Com o orgulho de quem já treinou a jovem promessa do futebol, João Lino faz figas para que tudo corra a cem por cento na nova aventura por terras inglesas. «Tivemos muitas alegrias com ele e ele connosco», recorda o técnico no balneário do campo do Loures. «Estou a olhar para o cabide dele, que era o número 7... era a sua camisola preferida, assentava-lhe bem. O 7 pode ser um bom prenúncio, já o foi no Manchester [United], esperemos que ele consiga trilhar o caminho do êxito», deseja João Lino.

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De Loures, Bebé mudou-se para a Reboleira. Com a camisola tricolor do Estrela da Amadora jogou duas épocas no escalão júnior, ascendeu ao escalão sénior e deu nas vistas na segunda divisão. Por isso, deu mais um salto, este bem mais comprido, rumo a Guimarães.

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Os anos passaram, mas Bebé, que recebeu a alcunha do irmão mais velho, deixou a sua marca por todos os sítios em que passou. Além dos amigos, na Casa do Gaiato, onde a história começou, a imagem de um «miúdo respeitador, educado e muito trabalhador» ainda está bem fresca na memória de quem o educou.

«Ele confidenciou-me várias vezes em conversas que um dia havia de ser um grande jogador. Pelo menos, ele cresceu em altura e acho que é bom jogador. Aqui connosco era», recorda um professor.