Lances incríveis, más decisões e um nulo que beneficia mais a Académica, apenas e só porque está acima do Belenenses na tabela. Assim continuará, como continuaria, mas com a mesma distância pontual para o antepenúltimo classificado. Os do Restelo desperdiçam dois pontos quando Olhanense e Paços de Ferreira têm jogos difíceis, daqui a pouco em Alvalade, e neste domingo, na receção ao Benfica.

Ninguém dominou por absoluto a primeira parte e, por isso, não admirou que em 45 minutos tenha havido ocasiões de ambas as partes. Belenenses e Académica chegaram à baliza contrária de modo diferente, porém. Os estudantes através de uma bola parada, os lisboetas através de duas jogadas corridas, primeiro, e, depois, num canto. Ninguém marcou, por culpa dos guarda-redes, mas também de um desacerto que chegou a ser inacreditável, como aquele de Rafael Lopes, aos 24 minutos. O avançado da Académica chutou para uma baliza aberta e já saía a festejar, quando viu a bola bater no poste. Entra diretamente para a lista de candidatos a falhanço do ano.

Houve demasiadas más decisões em campo por parte dos jogadores. E estamos a falar das decisões, ou seja, pensamento. Nem sequer entramos na parte da execução. Com exceção a este último aspeto, tem de entrar um nome, que se diferenciou: Miguel Rosa. O camisola 70 do Restelo decidiu algumas vezes bem, mas falhou na outra parte, naquela que leva a bola até aos colegas e à baliza contrária. Na execução, precisamente. Rosa falhou alguns passes e alternou o razoável e o mau, assim como as duas equipas. E se lhe dissermos que esteve em todas as ocasiões do Belenenses no primeiro tempo, dá uma ideia do rendimento dos outros que pisaram o relvado.

É que quando Rosa acertou falharam por ele. O remate de Fredy ao minuto 36 culminou a melhor jogada do desafio até esse momento, mas, lá está, o remate saiu mal. Daí até ao intervalo, registo para uma grande defesa de Ricardo, num canto apontado por Miguel Rosa e que Rambé cabeceou.

Ora, houve também duas claras ocasiões de golo para uma Académica que assumiu o jogo de início, mas que aos poucos perdeu esclarecimento. Só de bola parada chegou à baliza contrária, com Salvador Agra a permitir defesa de Matt Jones. O britânico falhou praticamente de seguida e deixou Rafael Lopes com a baliza escancarada para o 1-0. Como já se disse, o avançado dos estudantes atirou ao ferro e o perigo para o Belenenses acabou ali, nos 45 iniciais.

Voltemos ao mesmo nome do primeiro tempo: Miguel Rosa. Num jogo mau tecnicamente, o médio do Belenenses evoluiu na produção, começou a aparecer mais vezes e com a subida da equipa nos momentos iniciais do segundo tempo lucrou ele e o Belenenses. Ainda assim, refira-se, não foi situação constante no jogo.

A Académica apareceu mais distante, no entanto. Mais longe da baliza de Matt Jones, onde ia chegar mais tarde, fruto de novo de bolas paradas. Em bola corrida, apenas um lance de Rafael Lopes a abrir o segundo tempo. Atirou ao lado.

Depois desse momento, mais três lances de Miguel Rosa, a confirmar a subida de rendimento e as ideias iniciais da primeira parte: o perigo vinha, basicamente, dali. Um tiro forte de fora da área que Ricardo defendeu, um remate ao lado, com perigo, e um canto apontado para Rambém fazer a bola passar ao lado da baliza da Académica.

Enquanto isso, havia substituições. Marco Paulo preferiu trocar jogador por jogador e manter o esquema. O adjunto de Sérgio Conceição optou pela mesma ideia, praticamente. Ou seja, não houve risco maior assumido vindo dos bancos e o único risco pelo qual o Belenenses passou foi através de algumas saídas mal medidas de Matt Jones, nos cantos de Ivanildo. Alguns sustos, mas nada de mais e o 0-0 a perdurar até ao fim.