O Benfica voltou a dar mais uma prova cabal que não está preparado para ser campeão. As equipas constroem-se de bases sólidas e não de oscilações de génio de algumas das suas peças. É o caso de Simão, aquele que tem feito mais vezes a diferença e disfarçado carências óbvias. Mas as equipas também se constroem de mentalidade. Aliás, muitas vezes é a mentalidade que supera as fragilidades e serve de garantia para o sucesso.
É bom começar por aí. O primeiro sinal de como o Benfica parece não estar preparado para ser campeão começou logo pelos deslizes do F.C. Porto. Sempre que o principal rival vacila, os jogadores da Luz acusam a pressão de uma resposta positiva. Foi assim com o Gil Vicente; foi assim com o Rio Ave. A falta de serenidade de espírito é uma conclusão mais do que evidente.
Por isso, parece claro que o balão se está a esvaziar e o caminho afunila a cada jornada que passa. Num campeonato atípico, em dez anos de travessia no deserto, esta seria a época ideal para o clube regressar ao tão proclamado sucesso. Mas para já, apesar da matemática dizer o contrário, parece difícil. A não ser que haja um milagre. Será possível?