De volta às vitórias, agora com segundas linhas, com Aimar na frente e Jara à direita, apesar da ilusão inicial. O Benfica vinha de duas derrotas na Liga, mas bateu o Beira Mar, depois de uma primeira parte equilibrada em ocasiões e que terminou com uma polémica que só beneficiou o estado de espírito dos encarnados.

As águias entraram em campo com o habitual 4x1x3x2, mas cedo Martins passou para o miolo, com Aimar a juntar-se a Kardec; pelo meio, alguns sustos criados pelos aveirenses, que se foram abaixo na segunda parte, assim que surgiram os golos e as trocas nos encarnados se sucederam. Por fim, um golaço de Yartey, o melhor da noite!

Erro grosseiro

O golo. Essa parte deliciosa do futebol, a razão de ser de todo o jogo. Comecemos então pelo golo, aquele da final da primeira parte, que o árbitro invalidou ao Benfica. Um lance polémico de má decisão, que deixava as equipas empatadas ao intervalo. A igualdade até era justa, tal era a falta de inspiração dos encarnados, por meio de tanta distracção de Sidnei. Mas é verdade que o marcador estava ferido e as águias eram penalizadas não pelo Beira Mar, mas sim pelo árbitro.

Voltando o filme atrás, antes desse polémico juízo, o Benfica perdeu as alas, não teve quem corresse pelos corredores a desequilibrar. O futebol centrado dos encarnados estava longe de encantar, e os aveirenses já tranquilos na I Liga pela derrota da Naval iam aproveitando.

Duas distracções de Sidnei permitiram oportunidades aos aveirenses, já depois de Kardec não chegar a tempo a um cruzamento de Martins. Fernández estreava-se na Liga, mas raramente teve bola para fazer o que quer que fosse, num corredor esquerdo que só ganhou dinâmica no segundo tempo.

Wilson Eduardo acertou no poste e Martins imitou-o. Apesar da grande posse de bola das águias, as ocasiões repartiam-se pelos dois lados, com Rui Rego a negar o 1-0 a Kardec. Até que chegou o tal momento, em cima do intervalo. O Benfica estava de menos, mastigava jogo pelo meio, não tinha quem imprimisse velocidade e só as tabelas de Aimar e Martins abriam a defesa aveirense. A segunda parte tinha de ser melhor, até porque o lance que fechou a primeira colocava sentimento de injustiça nos encarnados.

No pior caiu o golo

A segunda metade começou com os encarnados a atirarem de novo ao ferro, remate de Kardec. O Benfica vinha disposto a marcar e logo deixou essa intenção vista (47m). neste segundo tempo, era provável que Jorge Jesus mexesse da bancada, onde cumpriu o último jogo de suspensão.

Antes, porém, o marcador iria funcionar. Recuperação de Sidnei, abertura de Martins, Kardec cruza, Aimar deixa passar e o central a fazer o 1-0. Numa transição rápida o Benfica fez o 1-0, com o golo a cair nos pés da, provavelmente, menor exibição individual da equipa.

O Beira Mar ainda respondeu, mas os encarnados trocavam peças e com Maxi Pereira e César Peixoto a equipa ganhava dimensão, conseguia meter velocidade nos flancos e chegou ao 2-0, autoria de Jara.

O argentino da camisola 11 jogou a maior parte do tempo na direita e essa até é a maior ilação que se pode tirar da partida. Sem Salvio, Jara parece ser a aposta de Jorge Jesus para extremo, embora, claro, não tenha havido Gaitán neste domingo, uma vez que o ex-Boca Juniors também pode virar à direita e Peixoto ficar na esquerda.

O Beira Mar ainda reduziu, o que lhe ficou bem no marcador. O pontapé de Yartey levava fogo e só parou nas redes de Júlio César. Ainda assim, o 2-1 não mudou a história do encontro, no qual imperou a lei do mais forte, cuja segunda imagem final foi bem melhor que a primeira.