Momento: Pablo Aimar

O Benfica já tinha esgotado todas as ideias para chegar à baliza de Adriano e acumulavam-se os sinais de nervosismo em campo. Axel Witsel e Javí García não são propriamente construtores de jogo, Gaitán estava desinspirado sobre a direita e a Nolito faltava-lhe apoio no lado contrário. Com a entrada de Aimar, ao minuto 57, ficou tudo mais claro e, num ápice, o número dez arrumou a casa e resolveu o problema. Está no segundo golo, com um passe para Rodrigo, e assina o terceiro numa iniciativa individual. O futebol do Benfica mudou do dia para a noite.

Confira a FICHA DO JOGO e as notas dos jogadores

Figura: Cardozo

Imparável! Seis golos nos últimos quatro jogos, tantos quantos tinha marcado nas primeiras doze jornadas, a catapultarem o paraguaio para o topo da lista dos melhores marcadores, com doze golos, numa semana em que o seu mais direto perseguidor, Baba, com dez golos, emigrou para a liga espanhola. Esta noite não precisou de correr muito. Fez uma primeira ameaça de cabeça a cruzamento de Rodrigo, depois marcou mesmo, também de cabeça, na sequência de um livre de Nolito. É verdade que não fez muito mais, mas Cardozo, já se sabe, é assim mesmo.

Desilusão: Gaitán

Quase uma hora em campo a ver os outros jogar. Que se passa com Gaitán? Esta noite esteve longe do jogo, desinspirado e sem fulgor. Durante a primeira parte o Benfica atacou quase sempre pela esquerda, com Nolito a dar cartas. Gaitán viu-se, assim, obrigado a abandonar o flanco, para procurar a bola mais ao centro, mas a verdade é que raramente a encontrou e nem fez muito para estar perto dela. Obviamente foi a primeira escolha de Jesus para sair, no início da segunda parte.

Outros destaques:

Rodrigo

Se Cardozo marca, Rodrigo não lhe fica atrás. O paraguaio marcou seis nos últimos quatro jogos e o espanhol outros cinco. O desta noite decisivo a desfazer um empate que parecia inquebrável. Foi com um pontapé do meio da rua que contou com um feliz desvio nas costas de Halisson, mas o que conta é a intenção.

Nolito

Ao contrário de Gaitán, esteve sempre em jogo, tirando máximo rendimento do muito espaço cedido por Daniel para esticar o ataque do Benfica até à área de Adriano, com persistentes «raids» sobre o flanco, combinado bem com Rodrigo e Emerson. Foi pela esquerda que o Benfica encontrou uma entrada para a área do Gil e foi Nolito que abriu a porta, com uma boa leitura de jogo que lhe permitiu estar quase sempre livre de marcação. Numa jogada de laboratório, na marcação de um livre, colocou a bolana cabeça de Cardozo para o primeiro golo da noite.

Garay

Luisão é o capitão, mas é Garay quem trabalha mais no eixo defensivo do Benfica. O argentino assumiu quase sempre os lances quando foi preciso subir às alturas ou cortar caminho a um adversário mais audaz, deixando Luisão, com uma noite descansada, para as sobras. Não sabe estar quieto e, sem bola, subiu muitas vezes para o lado de Javí Garcia. Está num bom momento de forma como não se cansou de o demonstrar esta noite.

Hugo Vieira

Uma verdadeira dor de cabeça para a defesa encarnada, mas faltou-lhe um pouco mais de apoio para poder fazer estragos. Lançado muitas vezes pelos companheiros, com bolas longas, assumiu muitas vezes o um-para-um com os centrais do Benfica. Passou algumas vezes por um, mas nunca pelos dois, mas, mesmo assim, não deixou de incomodar.

Bruno Galo

Silenciou a Luz com o golo do empate e esteve sempre disponível para apoiar Hugo Vieira no ataque, com constantes subidas pelo flanco, a aproveitar os espaços que Emerson deixava nas suas costas. Os melhores lances de ataque do Gil tiveram a sua marca.