A figura: Nolito

Matador espanhol. Tratou de fazer da Luz uma arena, driblou o Marítimo pela esquerda, mas foi quando apareceu no meio que foi letal. Um golo a aproveitar um passe de Aimar, num remate sem pensar, como devia ser, e direto às redes, com a canhota. Depois, percebeu que não devia estragar a obra-prima de Saviola e, perante Peçanha, bisou para o 2-0 encarnado. Enfim, Aimar e Saviola precisavam de alguém que os entendesse um pouco. Nolito foi esse alguém. Já sem os argentinos em campo, meteu-se no papel deles e deu (dar é mesmo o termo certo) um golo a Rodrigo. Ora, a tarde de Nolito ainda não tinha acabado. Pouco depois, viu Bruno César e, numa passe grandioso, serviu o brasileiro para o 4-1. Dois golos, duas assistências: os números não mentem e Nolito saiu da Luz como a figura do encontro.

O momento: Rodrigo ao minuto

O jogo estava a tornar-se complicado, mérito do Marítimo. O Benfica estava em vantagem, mas a ameaças madeirenses prolongavam-se. Até que Jesus lançou Rodrigo. Curiosamente, para substituir um dos melhores em campo: Saviola. Um minuto depois, o camisola 19 encostava para o 3-1, aos 65 minutos, e, assim, serenava a Luz. Havia dois golos de diferença de novo e os três pontos estavam garantidos.

Outros destaques

Saviola e Aimar

«Messi joga de Messi» e Saviola e Aimar jogam de Saviola e Aimar. É um mundo só deles. Na Luz, esse pequeno planeta voltou a aparecer para brilhar como uma estrela intensa. Conexão telepática entre ambos em demasiadas jogadas para o Marítimo. Duas assistências para cada um em 45 minutos. Primeiro, Don Pablo a ver Nolito no meio da área e a dar o 1-0 ao espanhol. Depois, El Conejo. Toque para cima de um rival e sentido da desmarcação de Nolito, que só teve de pormenorizar a obra de arte de Saviola. Não nasceram siameses, mas tornaram-se, ligados por essa maravilha planetária a que se dá o nome de bola. Frente ao Marítimo, voltaram a colocar magia no relvado e, quando assim é, o Benfica está sempre muito próximo de uma bela exibição. Saíram aplaudidos por um estádio rendido ao talento de ambos.

Maxi Pereira

Provavelmente, o jogador mais regular do Benfica nesta temporada. Jogou como sempre e começou por desequilibrar o Marítimo. Aquelas arrancadas pela direita quase sempre terminam com um toque para o interior e depos cruzamento. Mas Maxi, volta e meia, varia. E isso baralha quem o defende. Sim, porque passou mais tempo no ataque do que no setor recuado. Aproveitou espaços, tabelou com Bruno César e estivesse o brasileiro mais acertado nas ações (apesar dogolo) e o uruguaio, certamente, ainda apareceria mais vezes na área madeirense. Ainda assim, foi lá as suficientes para causar mossa.

Artur

Tirou bilhete para a primeira parte, entrou em muita ação no segundo tempo. Defesas consecutivas a adiar o golo madeirense, a diminuir a baliza a Roberto Souza, Robson, Danilo Dias e Fidelis. Sofreu um golo, é certo, mas evitou vários.

Benachour

Entrou o tunisino e o Marítimo mudou como o dia para a noite. Benachour pegou no jogo no miolo, começou a pautar, meteu Sami na cara de Artur e o avançado não falhou. Encontrou Fidelis, Danilo Dias e outros colegas. Enfim, os melhores momentos do Marítimo saíram dos pés do 81.

Fidelis

Como ganhou o Marítimo com as substituições ao intervalo. De Benachour já se falou, falta Fidelis. O ponta de lança causou problemas à defesa encarnada e deu imensa luta a Garay e Luisão.