A FIGURA: Gonçalo Ramos, o sniper trabalhador

Gonçalo Ramos ganhou uma nova vida no Benfica com a chegada de Nélson Veríssimo ao comando técnico, e continua a vivê-la como se não houvesse amanhã. Esta tarde voltou a desempenhar um papel fundamental na manobra encarnada. Sem bola, trabalhou incansavelmente, como já vem sendo apanágio. Com bola foi um importante apoio de Yaremchuk e esteve inclusivamente bastante mais em jogo do que o internacional ucraniano. O sniper que também carrega pianos.

O MOMENTO: Rafa, fuga para a vitória (minuto 34)

Um daqueles golos que Rafa nunca mais vai esquecer. O extremo fartou-se do empate no jogo, recuperou uma bola perto da área defensiva e correu cerca de 70 metros até à baliza contrária, sempre pressionado por adversário. Estava feito o 1-0 para os encarnados, numa fuga para a vitória.

OUTROS DESTAQUES

Rafa

O internacional português perdeu fulgor com a chegada de Veríssimo à equipa A do Benfica, mas esta tarde sai da Luz com razões para sorrir. Nem estava a fazer um grande jogo individual, mas aquele golo aos 34 minutos, digno de um prémio Puskás, fez valer o bilhete. Na segunda parte subiu o nível e esteve perto do bis, negado por Dani Figueira com uma bela defesa. Ainda não foi o Rafa de outros tempos, mas já não deve faltar tudo.

Vertonghen

Mais uma grande exibição do defesa-central belga, que está a viver um dos melhores momentos de águia ao peito. Formou com Otamendi a dupla de centrais com a segurança do costume e na primeira parte, perante alguma inércia da equipa de Veríssimo, foi o primeiro a dar a ordem para a equipa subir – no campo e de rendimento. A juntar isso, somou um corte absolutamente decisivo no início da segunda parte, a negar o empate a André Franco.

Francisco Geraldes

Um dos melhores do Estoril. Conseguiu fugir muitas vezes da marcação de Meité – o médio pareceu aqui e ali baralhado – e com isso ganhou espaço para fazer o que sabe melhor: fazer jogar. Deu fluidez ao jogo com bola do Estoril e tentou sempre servir os companheiros. Nem sempre com sucesso, mas muitas vezes com perigo.

Dani Figueira

Jogo muito seguro do guarda-redes do Estoril. Não foi por ele que a equipa de Bruno Pinheiro perdeu. Com bola nunca se mostrou incomodado com a maior pressão do Benfica, e foi importante para criar desequilíbrio na primeira fase de construção dos canarinhos. Entre os postes, fez um par de defesas de alto nível e contribuiu para que o Estoril se mantivesse sempre dentro do jogo.

André Franco

Esteve discreto na primeira parte, mas na etapa complementar apareceu com mais contundência para criar perigo à baliza. Logo nos primeiros minutos, viu Vertonghen negar-lhe o empate, e depois disso continuou a querer assumir a batuta ofensiva da equipa canarinha. Acabou premiado com o golo nos descontos, ainda que já tenha sido tarde para colocar o Estoril de regresso na discussão do resultado.