João Mário vai ter esta terça-feira a oportunidade de voltar a defrontar o Inter Milão, o clube que representou depois da sua saída do Sporting e antes da chegada ao Benfica. Em entrevista à UEFA, o médio fala dos marcos que já conquistou na Luz e destaca a «liberdade» que Roger Schmidt dá aos jogadores em campo.

O médio manifesta-se orgulhoso pelo percurso que tem tido de águia ao peito, com destaque para os cinco jogos consecutivos a marcar na Liga dos Campeões, um recorde no Benfica só alcançado por Eusébio. «Obviamente que te juntares a grandes nomes como Eusébio, que é uma lenda, não só do Benfica, mas do futebol português e mundial, é inexplicável. Não tinha conhecimento, até à data em que bati o recorde, que tinha sido dele. Foi uma alegria enorme. Os recordes existem para serem batidos, igualados, fiquei muito feliz por, acima de tudo, tê-lo feito pelo Benfica. Espero continuar a marcar neste ano na Liga dos Campeões», comentou.

Jogar na Champions já é motivo de orgulho, mas marcar golos supera tudo. «O sentimento mais bonito no futebol é o golo, dá uma adrenalina gigante porque está um estádio inteiro a festejar, os teus adeptos e colegas também. Quando é num jogo da Liga dos Campeões a adrenalina vai ao máximo. É a melhor prova ao nível de clubes, portanto é sempre uma motivação gigante para mim e para todos os jogadores jogarem. Marcar é a cereja no topo do bolo», acrescenta.

O Benfica defronta esta terça-feira o Inter, em San Siro, e João Mário fala numa motivação acrescida. «É importante, numa grande montra como é a Liga dos Campeões, dares o teu máximo, elevares o teu nível futebolístico. Para mim, foi importante fazer uma época em grandes palcos, em momentos decisivos, ao nível que estive, porque dá-me confiança, dá-me ainda mais maturidade para confiar nas minhas capacidades, e fiquei muito contente, porque não é fácil», refere.

O Benfica na época passada chegou aos quartos de final, onde caiu precisamente diante do Inter. João Mário conta que o segredo para o sucesso de Schmidt está na mistura de jogadores experientes com os mais jovens. «Com a minha idade, tenho obviamente mais responsabilidade, sou dos jogadores mais velhos do plantel e subcapitão de equipa. É importante para a nossa equipa ter jogadores jovens, faz parte da identidade do clube. Ter jogadores da formação, e temos grandes talentos. Temos uma boa mistura, porque é preciso alguma energia e frescura, os jovens dão-nos isso, e, especialmente na Liga dos Campeões, é preciso muita experiência. Acredito que isso faz muita diferença em jogos a doer», destaca.

Além da mistura de gerações, João Mário também destaca a liberdade que Roger Schmidt dá aos jogadores em campo. «Sim, divertimo-nos bastante porque há grande liberdade dentro de campo. Obviamente que temos um compromisso tático com o míster, mas ele dá-nos muita liberdade para colocarmos as nossas capacidades e características em campo. Isso faz toda a diferença, não há um regime tático. Com o passar dos jogos, com grandes exibições vais crescendo cada vez mais, acreditando cada vez mais, acho que esse é o nosso segredo», acrescentou.

Na época passada, o Benfica passou a primeira fase, num grupo que contava com o PSG e Barcelona. «Acreditámos muito no que estávamos a fazer, obviamente defrontámos sempre grandes equipas e, à partida, eram favoritas. Mas nunca acreditamos muito nisso, porque dentro de campo as coisas podem ser diferentes. Estivemos a um grande nível na Liga dos Campeões, não será fácil repetir neste ano, mas aquilo que tentaremos é, dentro do nosso grupo, fazer ainda melhor do que no ano passado», assinalou.

Outro segredo para os bons resultados na Champions está nos jogos na Luz, apesar da derrota com o Salzburgo, a abrir a atual fase de grupos. «Gostamos muito de jogar em casa, porque sabemos que os nossos adeptos e o nosso estádio têm uma força gigante, as outras equipas também sentem isso. Nós sentimos, e isso dá-nos uma motivação extra. É muito difícil jogar no nosso estádio, para qualquer adversário. Vimos isso no passado, e aquilo que queremos neste ano é exatamente isso, é fazer uma boa Liga dos Campeões, se possível fazer ainda melhor do que no ano passado e acredito que temos um plantel capaz de conseguir isso», destacou ainda.