O Benfica perdeu. A frase, que poderia parecer normal para uma equipa que disputou hoje o seu 34.º jogo - entre partidas oficiais e particulares - é, este ano, uma novidade.

Mas é verdade: o Benfica perdeu por 1-0, num jogo de carácter particular frente ao Sevilha, disputado este domingo, no Estádio Algarve.

Perguntará o leitor: e o que justifica a primeira derrota daquela que tem sido, de longe, a melhor equipa portuguesa esta temporada?

Poderá haver várias respostas, como a ausência de jogadores importantes (os mundialistas Enzo Fernández, António Silva, João Mário e Otamendi) ou a falta de ritmo – Schmidt deu recentemente 10 dias de mini-férias aos jogadores.

Mas também há outra: a segunda parte do Benfica foi muito abaixo do que a equipa encarnada nos tem habituado.

O jogo até começou equilibrado. Os encarnados entraram destemidos, mas, pela frente, encontraram uma equipa que também mostrou que não estava no Algarve só para cumprir um jogo de preparação.

O primeiro sinal de verdadeiro perigo foi deixado pelo Sevilha: aos oito minutos, Nianzou cabeceou ao lado, perto do poste, após canto batido por Suso.

O Benfica respondeu logo depois, aos 10m, por Musa.

O avançado croata rematou forte, dentro da área, obrigando Dmitrovic a uma defesa a dois tempos.

Mas a primeira parte foi essencialmente jogada a meio campo e a ritmo de pré-época: o equilíbrio, explanado logo no início, estendeu-se por todos os 45 minutos.

A melhor chance de todo o primeiro tempo acabou, ainda assim, por pertencer ao Benfica.

O capitão Rafa – que, diga-se, foi sempre quem comandou o ataque encarnado com aquele ritmo desconcertante que lhe conhecemos – recebeu um passe de Draxler, correu para a baliza, tentou o chapéu, mas Dmitrovic esticou-se todo e defendeu (40m).

Para a segunda parte, Roger Schmit fez uma autêntica revolução.

Os 11 que começaram, saíram e o Benfica partiu para a etapa complementar com uma equipa totalmente nova: Samuel Soares, Gilberto, Lucas Veríssimo, Morato, Ristic, Aursnes, Paulo Bernardo, Neres, Gil Dias, Henrique Araújo e Rodrigo Pinho.

Do lado espanhol, Sampaoli… não mudou ninguém.

A aposta do técnico encarnado não ia dando resultados: o jogo estava confuso e as algumas boas indicações deixadas pelo Benfica na primeira parte esfumaram-se por completo no segundo tempo.

O Sevilha estava melhor e chegou ao golo ao minuto 61.

Depois de um lance confuso, Rekik assistiu Rakitic. O croata rematou de pé esquerdo, dentro da área, sem chances para Samuel Soares.

Coisa pouco habitual esta época, o Benfica viu-se em desvantagem, mas, logo os 72m, Rodrigo Pinho podia ter restabelecido a igualdade.

O avançado brasileiro arrancou desde o meio-campo, correu para a área e rematou, mas o guarda-redes do Sevilha defendeu.

Até ao final, pouco mais houve: o jogo ficou quentinho, com um elemento do banco do Sevilha a ser inclusivamente expulso, e Henrique Araújo, aos 90+3m, teve a derradeira chance para evitar o desaire encarnado.

Ao 34.º jogo, o Benfica, que agora defrontará o Moreirense no dia 17 para decidir a passagem na Taça da Liga, perdeu.

FICHA DE JOGO

Estádio Algarve

Árbitro: Miguel Nogueira

Assistentes: Nuno Pires e Rui Cidade

4.º árbitro: Hélder Carvalho

BENFICA: Helton Leite (Samuel Soares, 46m); André Almeida (Gilberto, 46m), João Victor (Lucas Veríssimo, 46m), Brooks )Morato, 46m), Grimaldo (Ristic, 46m); Florentino (Aursnes, 46m), Chiquinho (Paulo Bernardo, 46m), Diogo Gonçalves (Neres, 46m/João Neves, 77m), Draxler (Henrique Araújo, 46m), Rafa (Gil Dias, 46m) e Musa (Rodrigo Pinho, 46m).

SEVILHA: Dmitrovic; Navas (Nacho Quintana, 71m), Nianzou (Salas, 71m), Gudelj (José Angel, 46m), Rekik (Ortiz, 71m); Jordán, Fernando (Johansson, 71m), Rakitic (Bueno, 71m), Óliver Torres (Hormigo, 71m), Rafa Mir (Isaac, 71m)e Suso (Carlos Álvarez, 41m). 

Ao intervalo: 0-0

Marcadores: Rakitic (61m)

Disciplina: cartão amarelo a Lucas Veríssimo (66m), Isaac (80m), Gilberto (89m).

Resultado final: 1-0