O Conselho Disciplinar da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou esta sexta-feira que os autos apresentados no caso que envolve César Boaventura, Benfica e Sporting foram arquivados, pela inexistência de «indícios da prática de qualquer ilícito». A decisão foi tornada pública após o consenso na Comissão de Instrutores da Liga.

De lembrar que este processo, instaurado em junho de 2018, envolve Benfica e Sporting, enquanto alegados promotores de resultados combinados. Em causa estão três partidas: Rio Ave-Benfica (31.ª jornada de 15/16); Marítimo-Benfica (33.ª jornada de 15/16), Rio Ave-Benfica (32.ª jornada de 16/17); Boavista-Benfica (34.ª jornada de 16/17).

Na quarta-feira, o Tribunal de Matosinhos condenou o empresário César Boaventura a uma pena suspensa de três anos e quatro meses de prisão por três crimes de corrupção ativa, pelo alegado aliciamento a jogadores do Rio Ave, em 2016. Em todo o caso, não se provou que os jogadores tivessem influenciado o resultado do jogo, nem que o dinheiro utilizado para os atos corruptivos tenha vindo de Luís Filipe Vieira.

Antes, em janeiro, o treinador Pedro Martins, à data timoneiro do Rio Ave, revelou que Marcelo e Lionn pediram para não alinhar nesse jogo, depois de, alegadamente, terem sido aliciados por César Boaventura.

Todavia, a Comissão de Instrutores da Liga esclarece – em adição ao já decidido pelo Ministério Público em março de 2023 – que o caso foi arquivado, «por força da insuficiência de indícios de que César Boaventura tenha agido a mando e no interesse da Benfica SAD». Em simultâneo, lê-se, ficou por provar que o empresário atuasse como «dirigente, representante, funcionário ou demais agente desportivo» vinculado ao clube.

Descartado aliciamento do Sporting ao Marítimo

O clube de Alvalade estavam implicado pelo alegado aliciamento de jogadores do Marítimo, aquando da receção ao Benfica, a 8 de maio de 2016, também ficou por provar. Recorde-se que os leões estavam acusados de prometer 400 mil euros a distribuir pelo plantel madeirense, no caso de vencerem ou empatarem diante das águias. Todavia, a Comissão de Instrutores da Liga entendeu que não foi recolhida «qualquer prova».

Assim, este organismo entende que a responsabilidade disciplinar deve ser «excluída», uma vez que «não existem indícios suficientes» para reiterar que Benfica e Sporting tenham aliciado jogadores de Rio Ave, Marítimo ou Boavista.

«Não existem indícios suficientes de que clube, ou alguém a seu mando, tenha proposto o pagamento de quantias a jogadores para a obtenção de resultado de vitória ou empate. [Quanto aos jogadores visados] Não há indícios de que tenham aceitado qualquer vantagem para falsear a verdade desportiva», lê-se no comunicado da FPF.