O dado é da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), que se mostra muito preocupada com os efeitos que a crise financeira está a ter entre os seus associados.
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Reunida em Leiria, este fim-de-semana, a entidade aumentou o coro de queixas e acusa o Governo de estar a relegar para segundo plano a área do comércio e da reparação automóvel nos apoios financeiros dedicados ao ramo automóvel, no valor de 900 milhões de euros.
«Este estado debilitado e caótico em que se encontra o tecido automóvel em Portugal, quer ao nível do comércio de veículos novos e usados, quer, especialmente, ao nível das empresas de reparação e de manutenção automóvel, está a pôr em causa a sobrevivência da grande maioria das empresas do sector e dos respectivos postos de trabalho», lamenta-se a ANECRA em comunicado.
A associação descreve o cenário actual, sublinhando que, ao preterir o comércio e a reparação automóvel, a actividade do fabrico e montagem também não sobrevive. A ANECRA diz mesmo que «basta olharmos por esse mundo fora, para todas as marcas de automóveis e assistirmos à agonia que vivem com os stocks e os parques de viaturas a ficarem absolutamente a deitar por fora, conduzindo, praticamente, todas as empresas, sem excepção, para uma situação de desastre financeiro».
Apesar disso, nem tudo é mau: a ANECRA congratula-se com a aceitação, por parte do Governo, de algumas das propostas sugeridas pela associação, nomeadamente as relativas à majoração do Incentivo à Destruição de Veículos em Fim de Vida.
Ainda assim, considera estas acções «manifestamente pontuais e verdadeiramente insuficientes».
A ANECRA representa mais de 3.850 empresas do sector.
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