Stop. O período de recuperação que o Benfica vinha encetando foi travado na Alemanha. Num país onde as águias nunca venceram, um amargo regresso às derrotas (2-0), num jogo em que, em abono da verdade, os encarnados pouco fizeram para evitar afundar. Quinta derrota da época, a primeira na Liga dos Campeões. Segue-se o duplo confronto com um Lyon, 100 por cento vitorioso. Tarefa árdua para os campeões nacionais.

Não interessa como começa, interessa como acaba. Para o Benfica, a fórmula assentou bem em Gelsenkirchen, pois o emblema da Luz não conseguiu estender pelos primeiros 45 minutos a entrada mandona em campo. O primeiro quarto-de-hora foi claramente dominado pelo Benfica, mas foi sol de pouca dura. Aos poucos, o Schalke 04 equilibrou a contenda e dispôs, mesmo, da melhor ocasião da primeira metade. Raúl fez uso de toda a sua experiência numa combinação perfeita com Jurado. Depois de receber na área o antigo avançado do Real Madrid atirou ao poste. Na recarga brilhou...Roberto! Tantas vezes criticado, o espanhol confirmou a subida recente de rendimento com uma espantosa intervenção, a remate de Rakitic.

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Os alemães nunca praticaram um futebol vistoso, longe disso. Chegou a dar a impressão que apenas faziam o que o Benfica deixava, mas, a verdade, é que ainda conseguiram assustar. Tenrinho a defender, o Schalke era competente no contra-ataque e os sectores das águias desligaram-se. Javi García não conseguia fechar ao meio e Jurado, um dos melhores em campo, ia tentando causar estragos. Faltou-lhe acompanhamento, numa primeira instância.

Farfán pune falta de inspiração das águias

Na segunda metade o jogo decresceu de qualidade, sobretudo pela inoperância encarnada. Os alemães tiveram sempre mais posse de bola e o Benfica continuou com dificuldade em ligar os sectores, o que lhe custou muitas saídas para o ataque. A troca de Gaitán por Salvio, ao intervalo, ainda deu ilusão de vir agitar as águas, mas, uma vez mais, não seria para durar. O argentino acabou por beber da pouca inspiração dos companheiros e, de espasmo em espasmo, foi desaparecendo.

Sentia-se que a balança poderia pender para qualquer um dos lados. Jogava-se mal, com vários passes errados, ninguém parecia disposto a arriscar para vencer e o Schalke fez uso da ligeira superioridade que detinha para conquistar os três pontos. Num lance em que a bola cruzou a área encarnada duas vezes, Farfán, o melhor em campo, atirou a contar.

Três soluções que nada mudaram

As mexidas de Jesus (uma delas por lesão de Cardozo) acabaram por não resultar e os fogachos conseguidos após o golo sofrido apenas serviram para assustar o debilitado conjunto alemão. Salvio esgotou-se em dez minutos, Kardec poucas vezes tocou na bola e só Aimar ainda tentou dar um ar da sua graça. Nada que fosse suficiente para alterar o rumo dos acontecimentos.

O tempo que restava apenas serviu para confirmar o triunfo dos alemães. Desatenção fatal de David Luiz, que Raúl e Huntelaar, com Jones pelo meio, trataram de punir. O avançado que Jesus desejou dava a machadada final no Benfica em Gelsenkirchen.

O Benfica volta a perder nesta temporada e continua sem ganhar na Alemanha. O Schalke 04 venceu pela primeira vez, em casa, esta temporada. A recuperação que as águias vinham encetando foi travada em terras alemãs. Um dado a confirmar na recepção ao Sp. Braga, onde se espera para ver, novamente, a capacidade de resposta dos pupilos de Jesus.