A um triunfo de dar um passo importante para selar a presença nos quartos de final da Liga dos Campeões feminina, o Benfica saiu de Frankfurt com o empate (1-1) e segurou o 2.º lugar do Grupo B.

Numa partida em que Filipa Patão optou por Kika Nazareth no centro do ataque, em detrimento de Nycole Raysla, o Frankfurt desde cedo controlou a partida. Os primeiros sinais de perigo surgiram à passagem dos 14m, numa sucessão de cantos e livres, que obrigaram a defesa encarnada a afastar, de qualquer maneira, o esférico.

As jogadas pelas alas permitiram às anfitriãs restringir o Benfica à respetiva área. Na defesa encarnada, Ucheibe servia para todos os lances, secando as iniciativas contrárias. Contudo, à passagem do minuto 28, e numa altura em que as comandadas de Filipa Patão tentavam aumentar a pressão superior sobre as adversárias, o Frankfurt disparou em contra-ataque, pela esquerda. O passe de Freigang, virando o sentido de marcha, rasgou a defesa portuguesa, descompensada à direita. Na cara do golo, Reuteler não se fez rogada e bateu Pauels, assinando o golo número 250 do Frankfurt na prova.

Era o espelho do jogo, uma vez que o Benfica ainda não havia visado a baliza contrária, nem conquistado qualquer canto. O ritmo estava ao sabor das anfitriãs, e assim permaneceu até ao intervalo.

O antes e depois de Nycole Raysla

O segundo tempo arrancou com uma estreia: um remate enquadrado pelo Benfica, por Lúcia Alves. Poderia ser o prenúncio de algo, mas foi mera ilusão. Ainda que o Benfica tenha subido no terreno, o Frankfurt explorou os espaços entre linhas para ferir as adversárias. Atrás, Ucheibe e Ana Seiça foram imperiais, negando os caminhos do golo.

À hora de jogo, Filipa Patão decidiu mexer, pela primeira vez, lançando Nycole Raysla, em detrimento de Andreia Norton. Com a avançada brasileira no centro, Alidou e Kika nas alas, e Lúcia Alves devolvida ao meio-campo, o jogo do Benfica adquiriu um novo sentido.

Apesar de as anfitriãs continuarem mais próximas de ampliar a vantagem – sobretudo de bola parada – o único contra-ataque bem desenhado pelas águias resultou em golo. Com o esférico colado ao pé pela esquerda, Kika Nazareth serviu de bandeja Nycole Raysla para o empate, à passagem dos 71m. O trunfo que tardava na partida revelou-se uma aposta ganha em 11 minutos.

A reta final da partida tornou-se arcaica, partida, com muitas bolas bombeadas de parte a parte. O Benfica procurava segurar o ponto, mas o Frankfurt rasgava qualquer plano tático e alocava todos os elementos na frente.

Para eventual surpresa de quem nos lê, esta fase da Liga dos Campeões feminina não conta com vídeoárbitro. Por isso, a queda de Nycole, aos 85 minutos, na área contrária, de nada valeu. Minutos depois, aos 95, Catarina Amado caiu junto à área das encarnadas, mas a juíza do encontro mandou jogar. Na sequência, Lúcia Alves derrubou uma adversária na grande área, quando esta se preparava para fugir em direção à baliza.

Num final digno de filme, e para desespero das bancadas, Pauels travou o penalti, e consequente recarga, de Freigang. Pouco depois soou o apito final do encontro, para alívio das hostes benfiquistas, que estarão cientes da importância do resultado e do nível sofrível desta exibição.

O Benfica segue, assim, no 2.º lugar do Grupo B, com sete pontos, mantendo o Frankfurt a três pontos. Na liderança está o Barcelona com nove pontos. Esta noite, as catalãs podem selar a qualificação para os “quartos” em caso de triunfo sobre o Rosengard.

A fase de grupos da Champions feminina regressa no final do próximo mês. A 25 de janeiro, o Benfica visita as suecas do Rosengard. Uma semana depois, a turma de Filipa Patão recebe o Barcelona.

Reveja a história do jogo, aqui.