A América Latina tem sido apontada como a grande solução para que o Rali Dakar volte a ganhar vida. Sendo cada vez mais remota a possível realização da maior prova de todo-o-terreno do Mundo no continente africano, os países da América Latina tendem a fazer ver as suas potencialidades junto da organização. O Chile foi o primeiro.
Vários pilotos se manifestaram a favor desta ideia. Marc Coma, Jordi Viladoms e Carlos Sainz foram alguns que se fizeram ouvir. O director-geral da Mitsubishi, Dominique Serieys, disse mesmo que ao «ceder nesta ocasião» (ao terrorismo), pressupõe-se que foi «o fim do Dakar em África». Desta forma, Chile e Argentina estão dispostos a concorrer à realização da prova. O Rali Patagónia-Atacama, uma das provas do Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), atravessa os dois países e tem grande sucesso junto de pilotos e equipas.
As negociações para a realização da prova no Chile estão a ser conduzidas, depois de já ter sido posta na mesa a hipótese para o Dakar em 2009: «Agora as negociações foram retomadas», disse Daniel Eli, promotor do Rali da Patagónia. Rodrigo Lobo, director-geral da mesma prova, disse que as negociações devem ser feitas com rapidez para que os implicados com a anulação da prova deste ano possam vir a ser recompensados: «Há que agir com rapidez. Queremos que a ASO [empresa organizadora do Dakar há três anos] saiba que o governo do Chile está interessado e que dará todas as facilidades se elegerem a América do Sul.»
Óscar Santelices, director do Serviço Natural de Turismo (Sernatur), mostrou entusiasmo com a situação: «Seria comparável a um Mundial de Futebol. Interessa-nos muito e desde já vou falar com o resto das autoridades para ver o que é que se pode fazer para que a corrida passe pelo nosso país. É uma grande oportunidade e não fazer nada seria imperdoável». A grande desvantagem seria o transporte de tudo o que envolve uma prova deste género, mas a solução até parece simples, se tivermos em conta as palavras do director do rali da Patagónia: «Existem uns barcos do tamanho de um edifício com os quais se baixariam muito os custos.»