João Almeida apontou Primoz Roglic como o adversário mais forte na luta pelo Giro embora tenha advertido que Geraint Thomas não pode ser subestimado, numa disputa a três para a qual garantiu estar preparado.

«Tanto o Roglic como o Thomas são bastante regulares e são fortes na última semana, portanto acho que estamos equilibrados»,  defendeu, em videoconferência de imprensa, antes de ser convidado eleger qual dos dois é o seu grande rival: «Entre os dois, não consigo dizer. Talvez o Primoz, mas nunca podemos subestimar o ‘G’».

Mostrando-se confiante, o ciclista português recusou-se assumir uma candidatura ao primeiro lugar da geral, apesar de ter reconhecido que vai lutar para vestir a camisola rosa no domingo, em Roma.

«Estou bastante bem, acho eu. Consegui recuperar bem da queda. Estive doente mas também consegui recuperar bem. Tem tudo para correr bem esta última semana, estamos preparados», assegurou o corredor da UAE Emirates. 

João Almeida recordou ainda a 15.ª etapa do Giro, quando acelerou por estar a sentir-se «bem» e a querer testar os adversários, tendo feito «um balnaço muito positivo» da sua prestação individual e da própria equipa (venceu duas etapas) até ao momento. «O que penso que é muito positivo. Cria um melhor ambiente de grupo e torna as coisas mais fáceis nestes últimos dias.»

A 22 segundos do campeão do Tour2018 e a 20 do tricampeão da Vuelta (2019-2021), os homens que identifica como os seus grandes rivais nas derradeiras seis etapas, o ciclista de A-dos-Francos assumiu estar «numa posição ainda melhor do que estava à espera» e abordou as críticas à falta de ataques entre os candidatos a ganhar a prova.

«Acho que é mais pelas condições atmosféricas, sem dúvida. Têm sido etapas muito diferentes do habitual, etapas muito longas também… O pelotão está muito doente, toda a gente está bastante doente, o que limita muito as equipas», notou.

Ainda assim, o luso confessou que esperava mais movimentações, nomeadamente de Roglic.

«Estava à espera que ele atacasse mais. Talvez esteja a recuperar das quedas, mas definitivamente não parece o Roglic de costume», pontuou.

Já sobre a tática mais expetante da INEOS, Almeida relembrou que a equipa britânica teve duas grandes perdas: Tao Geoghegan Hart, o campeão do Giro2020 que desistiu devido a queda, e Filippo Ganna, com covid-19.

«A INEOS só está a pensar no Thomas, não quer saber do oitavo ou nono lugar. Claro que tendo perdido o Tao e o Ganna… só são seis, contando com o "G". Têm de ser mais cautelosos, enquanto a Jumbo tem uma equipa completa», salientou.

O ciclista de 24 anos sublinhou que a luta a três pelo primeiro lugar não alterada em nada as suas pretensões.

«Vai ganhar o mais forte. Acho que [Roglic e Thomas] se estão a guardar para esta última semana, o que faz sentido. Mas nada vai tornar a luta mais fácil», concluiu.