A Agência Financeira ouviu Amaral Tomaz, Silva Lopes e Paulo Macedo que, à margem da Conferência Internacional «Portugal/União Europeia e EUA: Novas Perspectivas Económicas», que decorreu esta quinta-feira em Lisboa, se mostraram unânimes na posição de não haver uma baixa do ISP.
Segundo o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo actual, Amaral Tomaz, «o Governo não tem condições para baixar o ISP. Se isso acontecesse, o Executivo seria muito penalizado em termos de receitas».
Além disso, o economista esclarece que ISP é um imposto harmonizado, por isso os países não podem tomar medidas isoladamente. «Tem de se encontrar uma solução comunitária», acrescentou.
Já para o actual vice-presidente do Conselho de Administração do BCP e ex-director geral dos impostos, Paulo Macedo, reduzir o ISP «não é a melhor solução e, se isso acontecesse, teriam de ser encontradas outras alternativas».
Para Paulo Macedo, as opções seriam ou reduzir a despesa pública ou penalizar outros impostos.
«Quem faz essas propostas deve sempre pensar nas alternativas sobre as mesmas», considerou.
Reduzir ISP é mau sinal para mercado
A mesma opinião é partilhada pelo ex-presidente do Montepio, José da Silva Lopes: «Sou totalmente contra a redução do ISP porque iria trazer um problema de receita fiscal e seria um mau sinal para o mercado», disse à AF.
Para o economista, a solução poderia passar por reduzir o consumo de produtos petrolíferos e, por outro lado, «procurar alternativas aos mesmos».
RELACIONADOS
Quiosque: «Não nos opomos a um imposto sobre as petrolíferas» (DE)
Silva Lopes diz que redução do ISP só agrava factura energética
Bombas de gasolina pagam combustível que não recebem
«Não há condições para reduzir ISP ou criar gasóleo profissional»
«Preços podem baixar se carga fiscal for revista»
Combustíveis: «preços podem baixar se carga fiscal for revista»
Combustíveis: «IVA vai às cavalitas do ISP»
Ministros da Zona Euro recusam baixar imposto sobre combustíveis