Uma mulher de 36 anos morreu, no sábado, em Inglaterra com sintomas de covid-19, um dia depois de os serviços de emergência lhe terem dito para ser tratada em casa porque «não era prioritária».

De acordo com o The Guardian, Kayla Williams, de Peckham, em Londres, tinha febre alta, tosse e fortes dores no peito e no estômago.

«Liguei para o 999 [equivalente ao 112] porque a minha mulher tinha dificuldade em respirar, estava a vomitar e tinha dores no estômago. Estava a falar com eles quando ela começou a ficar pior e eles disseram-me para a colocar no chão e fazê-la ficar direita», contou o marido Fabian Williams.

Segundo Fabian, os paramédicos, que trataram Kayla como um caso suspeito de Covid-19, chegaram ao apartamento e fizeram alguns testes.

«Disseram-me que o hospital não a ia aceitar, que ela não era prioritária. A paramédica não ficou muito tempo e saiu para escrever o relatório e entregá-lo através da porta», acrescenta.

De acordo com o marido, o estado de saúde de Kayla deteriorou-se no dia seguinte, tendo-se depois deparado com ela inanimada.

«Já tinha morrido. Coloquei-a no chão - porque foi o que me tinham dito para fazer antes - e liguei para o 999 outra vez e eles disseram-me para colocar a mão no peito dela e comprimir».

As equipas de emergência tentaram reverter a situação, mas não conseguiram. Horas mais tarde, o corpo foi levado e as autoridades disseram ao marido que se isolasse.

«Não me disseram mais nada. Sou diabético, tomo insulina. Tudo o que sei é que é suposto isolar-me. Ninguém me disse se o corpo ia ser testado ou não».

Segundo o The Guardian, os documentos do serviço de ambulâncias de Londres relativos ao caso referem que na primeira visita a paciente sofria de «Covid-19», os sintomas foram descritos como «tosse não produtiva... dor de cabeça... dores de peito por toda a parte» e que lhe foi aconselhado «auto-cuidado, toma de antipiréticos e aumentar a ingestão de líquidos/comida». Já o marido foi aconselhado a ligar «999 para emergências e 111 para conselhos». «A família foi aconselhada a isolar-se».