O Burundi decidiu este domingo prosseguir com os seus campeonatos de futebol das primeira e segunda divisões, mantendo-se esta nação africana com um dos escassos casos do mundo em atividade apesar da pandemia da covid-19.

O ministro da saúde, Thaddée Ndikumana, que esta semana anunciou os três primeiros casos positivos no país, recomendou a continuação dos campeonatos, a par de «medidas preventivas, como lavar as mãos e medir a temperatura dos espetadores antes da sua entrada nos estádios».

Juntamente com Bielorrússia, Nicarágua e Tajiquistão, o Burundi é um dos poucos países onde ainda se joga futebol, apesar do avanço da pandemia.

Um dos presidentes de clube na reunião disse à agência France-Presse, sob anonimato, que o presidente da federação garantiu que «qualquer clube que não jogar será penalizado, sofrerá várias sanções».

«Algumas vozes, muito minoritárias, tentaram explicar os fundamentos de suspender o campeonato como em quase todo o mundo. Uns apoiaram a decisão vinda de cima e outros tiveram medo de expressar o que pensam», lamentou.

Até esta semana o Burundi não apresentava casos da covid-19, segundo as autoridades «face à vontade de Deus».

O país, um dos mais pobres do mundo, e que vai ter eleições em maio, adotou restrições como a suspensão de voos internacionais.

Ainda assim, a campanha eleitoral prossegue sem condicionalismos e a vida económica e social persiste imutável.