Rui Costa assegura que o Benfica não precisa de perder mais jogadores para enfrentar o exercício financeiro de um ano.
Rui Costa elogia o médio norueguês que tem jogado a lateral-esquerdo neste início de época.
Rui Costa, presidente, do Benfica, explica os moldes em que chegou o argentino, campeão do Mundo, às águias.
«Obviamente, não estou satisfeito com o que tenho visto nestas quatro primeiras jornadas. Não vou estar a pisar sobre o que toda a gente viu e falou. Vamos estar sempre alerta e à procura de que o campeonato se desenrole dentro do campo e que quem ganha em campo seja o mais forte. É isso que vamos procurar fazer, joguemos os minutos que jogarmos.
Mais do que surpreendido, fico preocupado. Este é um ano importante para os clubes por causa da Liga dos Campeões, mas também para a discussão dos direitos televisivos. Se queremos um bom espetáculo para vender os direitos do nosso campeonato, ainda teremos de mudar muita coisa no nosso futebol. Aquilo que se passou no Dragão não é a melhor forma de vender o nosso campeonato. Iremos ter mais dificuldade em angariar o valor que precisamos.
Da nossa parte, vamos fazer o que nos compete: tentar ser melhores dentro do campo, procurando que haja justiça e clareza no futebol português.»
«Temos de confiar naquilo em que Schmidt acredita que é capaz de fazer com esta equipa, depois daquilo que ele já tem feito. Isso dá-lhe todos os créditos. Ele é o nosso treinador. Já deu provas de saber aquilo que ele pode fazer.
Todos os reforços foram analisados e planeados em conjunto, por isso, todos, incluindo Schmidt, está contente com o plantel.»
«Schjelderup é um jogador ao qual apontamos muito,. Tem 19 aninhos. Na estratégia desportiva deste anos, quisemos ter soluções prontas para a equipa. E se olharmos para as três posições atrás do avançado, encontramos: Di Maria, João Mário, Neres, Aurnses, Rafa, Gonçalo Guedes e ainda temos o Tiago Gouveia. Temos excesso de soluções para essas posições e isso podia dar-lhe menos minutos do que os que ele precisa de ter com a idade que tem. E podemos ver que Di Maria e Guedes têm apenas um ano de contrato. O Rafa também está no último ano de contrato. Não sabemos se conseguiremos contar com eles.
Olhando para o futuro dele, seria mau ficar com Schjelderup a poder jogar poucos minutos. Procurámos uma solução para ele poder jogar e contar para a próxima época. Dentro das opções viáveis, era este regresso a casa, que ele também preferia. Sente-se lá bem e tem uma vantagem financeira para o Benfica: permite-nos reduzir 2,5 milhões ao que pagámos por ele. Saímos todos a ganhar. A transferência não foi pelos 2,5 milhões, mas conjugámos várias situações. Fundamental é que ele tinha de ir jogar para não estagnar a evolução.
«Não fiquei surpreendido pelo timing da saída de Gonçalo Ramos porque não controlamos os timings. Quando surgiu a proposta, houve a tentativa de chutar a venda para lá da Supertaça, mas a partir do momento em que está a decorrer a negociação e o jogador já tem a proposta do futuro clube, é para esquecer: não vale a pena continuar a contar com esse jogador. Achar que um jogador que tem um contrato enorme para fazer, vai estar com cabeça para enfrentar uma final, com todos os receios e mais alguns. Desde o princípio desta negociação, que foi longa porque queríamos assegurar o valor que achávamos que o Gonçalo valia.
Na cabeça dele, já não estava a Supertaça e o jogo foi preparado sem a presença dele. É legítimo que o jogador não queira arriscar nada. É mais uma ideia romântica. Não podíamos pedir isso ao Gonçalo. A situação dele foi muito clara para todos. Ele não estava em condições de ser ele mesmo. E sabia isso.
O Gonçalo Ramos foi por empréstimo com uma clausula de compra obrigatória, devido a questões de fair-play financeiro do PSG. Para nós não altera nada em termos financeiros. »
«Não vou meter para baixo do tapete o que aconteceu, porque tornou-se público. Vlachodimos representou o Benfica durante cinco anos e merece por isso o máximo respeito. Depois do que aconteceu e de se perceber que ele podia perder espaço na equipa, era vontade até dele de se encontrar uma solução.
No ano passado, a dois dias de terminar o mercado, tivemos uma proposta do Ajax, que seria muito vantajosa para ele, e nem sequer pudermos olhar para a proposta ou para a vontade do jogador, porque não teríamos tempo para encontrar uma solução.
A vinda do Trubin precavia, não só a concorrência na baliza, mas também uma possível saída do Vlachodimos. Chegando a proposta do Nottingham Forest, que era benéfica para o Benfica e para o jogador, em conversa com o jogador, considerámos que a melhor opção seria aceitar aquela proposta.
Estarei sempre grato ao que ele fez pelo Benfica durante cinco épocas como titular no Benfica. O futebol é isto, o ciclo dele no clube fechou-se. O Samuel tem sido titular e o Trubin também merece toda a confiança da nossa parte.»
«Todos consideram que Aursnes está a jogar a lateral por ser um tapa-buracos. Ele é, provavelmente, o jogador mais versátil que eu conheço na atualidade do futebol. Tomara ter mais do que um Aursnes. Se ele joga a lateral, não é por falta de opções, mas por estratégia.»
«Tem um perfil diferente do Jurasék. Um vai ajudar o outro e o Jurasék pode crescer sem a pressão de ter de substituir o Grimaldo no imediato. Estávamos a acompanhar o Bernat porque sabíamos que podia sair do PSG e estávamos atentos. é uma grande mais-valia para o plantel. É experiente, um jogador de seleção, de Champions. Reforça a profundidade do plantel.»
«Ainda tenho aqui uma esperança de convencer o Di Maria a algo mais. Ele tem um prazer imenso em representar o Benfica. Vou revelar um segredo: fechámos contrato com ele um mês antes de ele se apresentar na Luz. Pela vontade que ele tinha em voltar. No ano passado esteve muito próximo, mas depois apareceu a Juventus com valores que não nos deixavam aproximar. E ele tinha vontade de experimentar o campeonato italiano, porque já tinha jogado em Espanha, Inglaterra e França. Foi por pouco.
«Este ano, o Di María não quis saber de mais ninguém quando soube que estávamos interessados. Falou-se muito sobre quanto ele vinha ganhar para o Benfica e isso é injusto para ele. O Di Maria veio para o Benfica sem ultrapassar o teto salarial e sem prémio de assinatura. Ele acreditou na minha palavra, acreditou que aqueles valores eram o máximo que o Benfica pagava e nem sequer regateou um euro. A vinda dele fioi mesmo de alguém que quer estar no Benfica.»
«Sabíamos que íamos procurar mais um guarda-redes. O Trubin não estava nos planos do Benfica porque era quase inalcançável. É um guarda-redes referenciado por toda a Europa. E quando percebemos que havia uma janela de oportunidade, tentámos antecipar o facto de estar no último ano de contrato. Aí não teríamos hipóteses. Será um dos melhores guarda-redes da Europa nos próximos anos.»
«A perda de Grimaldo implicava a compra de um lateral. O David Jurasék era um dos alvos identificados. Vamos ter de lhe dar tempo para se adaptar ao futebol português e à grandeza do Benfica. Mas não temos dúvidas sobre o valor dele.»
«Foi fácil chegar aos alvos que pretendíamos e que já acompanhávamos há mais de um ano.
Kokçu é a aquisição mais cara do Benfica, mas todos os anos temos feito a aquisição mais cara. Não olhamos tanto ao valor que custou. Não vou esconder que se tivéssemos tido mais tempo de mercado de inverno, provavelmente teria sido o jogador escolhido. Não nos deixa dúvidas, por isso chegámos a estes valores. Olhámos se tínhamos condições para chegar ao jogador, tendo, não hesitámos um segundo.»
«Em relação ao Joãozinho, o nosso João Neves, lembro que já falei da situação contratual que ele tinha na época passada e posso dizer que foi a renovação mais fácil que tive neste clube. Ele só queria saber quando é que renovava, por quantos anos ainda podia estar aqui e quando era o próximo jogo. Foi uma renovação muito fácil de um menino que tem tido uma evolução extraordinária.»
«Parecia e muitos davam como perdida a renovação do Otamendi, mas posso assegurar que não foi difícil, principalmente pela vontade que o nosso capitão tinha de continuar. é um campeão do Mundo que continua a ter muito mercado europeu, mas podia ser alvo também da Arábia Saudita. Mas desde a primeira hora que falamos com ele, senti vontade de continuar. Encarnou o nosso clube e é o principal líder da equipa. Senti grande desejo dele em continuar e é uma mais-valia para nós.»
«A saída do Enzo já está mais do que falada, este ano vendemos o Gonçalo pelos valores que se conhecem e que podem chegar aos 80 milhões de euros.
Bem sei que cada adepto sofre com saída de um jogador influente. Mas não sofre menos do que quem tem de fazer esta venda. O Gonçalo foi um jogador que fez um ano extraordinário, que veio da formação e que fez sempre tudo bem pelo Benfica.
Todos os anos se discutem as saídas dos jogadores titulares, mas todos têm de saber que não há clube em Portugal que possa fazer a sua vida sem vender jogadores. Uma venda tinha de ser feita e a venda do Gonçalo permitiu deixar no plantel outros jogadores importantíssimos, preferido nós fazer a venda mais cara.
Com apenas uma venda, impedimos a saída do Neres, do Morato, do Florentino, do Musa.. Também tivemos propostas pelo António Silva e pelo João Neves. Para fazer o mesmo valor, teríamos de fazer quatro ou cinco vendas.
A venda permite-nos chegar até ao final da época sem ter de vender mais nenhum jogador.»
«Desde o primeiro minuto ao fecho do mercado tudo foi equacionado e fizemos um balanço equilibrado entre vendas e compras, sempre com o objtivo de reforçar a nossa equipa.»