Petróleo em queda apesar de conflito na Geórgia

O preço do petróleo segue em queda, tanto em Londres como em Nova Iorque, apesar do conflito entre a Rússia e a Geórgia na região da Ossétia do Sul.

Apesar de a Geórgia não produzir petróleo, na região passa um dos mais importantes oleodutos que trazem o petróleo daquela região para a Europa, O oleoduto Bakú-Tiflis-Ceyhan (BTC), que culmina no porto mediterrânico de Ceyhan, na Turquia e que, de acordo com a Geórgia, foi já atacado pelas forças russas.

Embora possa parecer uma contradição, existem vários factores que explicam a queda do preço do crude, apesar de um oleoduto que transporta mais de 1% da oferta mundial de petróleo estar ameaçado.

Situação na Geórgia não é assim tão grave

A verdade é que o oleoduto não estava a funcionar actualmente, depois de os curdos da região o terem feito explodir em território turco. O ataque aconteceu a 5 de Agosto e o oleoduto foi encerrado para reparações por 15 dias. Quer isto dizer que, mesmo que o oleoduto fosse atacado por estes dias, não haveria lugar a qualquer incêndio, porque o mesmo está vazio e não haveria nada a correr no seu interior que servisse de combustível à hipotética explosão.

Além disso, dizem os especialistas, mesmo que o oleoduto fosse atacado e o seu uso ficasse vedado, existem várias alternativas ao transporte daquele crude, recorrendo ao comboio, ao oleoduto russo que culmina no terminal de Novorosiisk, no Mar Negro, ou ainda um oleoduto que desemboca no terminal de Supsa, na Georgia, também no Mar Negro.

A ajudar a manter os investidores calmos está ainda o anúncio da Rússia, de que suspenderia as suas operações militares.

Dólar forte acalma mercado

Outro factor positivo é a recuperação do dólar, que está a desanimar as compras de ouro negro, ao deteriorar o poder de compra de quem não usa o euro. Um factor que está a ser suficiente para acalmar o mercado, apesar de a Agência Internacional de Energia (AIE) ter revisto em alta as previsões de procura de petróleo para 87,8 milhões de barris por dia, em 2009 e de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter admitido reduzir a produção, por considerar que o mercado está sobre abastecido.

Em Londres, o preço do barril de crude com entrega marcada para Setembro segue a cair 1,68 dólares para 112,39 dólares e a cotação do crude negociado no Nymex desce 20 cêntimos para 114,25 dólares.