A União Europeia vai reunir terça-feira com a OPEP, o poderoso cartel que controla os preços do petróleo, numa altura de escalada dos combustíveis ameaça a economia europeia, faz subir a inflação e está a criar tensões sociais, escreve a «Lusa».

Com cerca de 42% do total, Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) mantém o domínio da produção de petróleo mundial, vantagem que lhe dá maior poder face à produção isolada dos novos países petrolíferos.

Ferran Tarradellas, porta-voz da Comissão Europeia responsável pela Política Energética, disse à agência «Lusa» que a União Europeia vai insistir na terça-feira junto da OPEP num aumento da produção de crude que ajude a diminuir o preço dos combustíveis.

OPEP diz que aumento da produção é «irracional»

No entanto, na sexta-feira o presidente da OPEP, Chakib Khelil, veio já afirmar que os pedidos do aumento da produção são «ilógicos e irracionais».

«Os países da OPEP, apesar da perda de alguma influência do cartel desde os anos 90, controlam 42% da produção mundial o que, em uníssono, aumenta o seu poder em relação à produção dos novos países que o fazem isoladamente», disse o director da Espírito Santo Research, Francisco Mendes Palma.

Um estudo da Weeden & Co reforça esta ideia afirmando que os países que não integram a OPEP não conseguem controlar, por si só, o poder da produção de petróleo bruto mundial.

No entanto, as suas reservas tornaram-se fonte de riqueza, devido à escassez e a sua exploração tornou-se rentável, atraindo fundos e investidores à indústria petrolífera, embora estes países não controlem a produção mundial.