Defour e Witsel, novos nomes nas versões actualizadas e revistas de F.C. Porto e Benfica. O elo de empatia profusa atenuado pela distância de 300 kms. Uma novidade para ambos. Defour olha para o lado e Axel já lá não está; Witsel levanta a cabeça e Steven enverga um equipamento diferente.

Rolão Preto conhece-os na perfeição. O assistente de Laszlo Boloni celebrou com ambos a conquista do título belga na época 2008/09, além de suas supertaças. «Possuíam uma harmonia muito grande nos movimentos que faziam em campo. Posso dizer que jogavam de olhos fechados», começa por referir ao Maisfutebol o actual treinador adjunto do PAOK.

«Chegámos a Liège e percebemos que a equipa ia assentar na influência do Defour, do Witsel e do Fellaini. Poucas semanas depois, este último foi vendido ao Everton, o que aumentou a relevância do Steven e do Axel dentro da equipa. Eram atletas determinantes nos nossos planos. Uma excelente dupla.»

Quando Liège fica presa à televisão

2006/07, o dealbar de Defour e Witsel no futebol profissional. Areias assiste a tudo na primeira fila. O antigo lateral esquerdo de F.C. Porto e Boavista partilha o balneário com estes dois meninos, um de 18 e outro de 17 anos. Projectos laboratoriais de médios todo-o-terreno, talentos a pulsar descompassadamente no dia-a-dia do Standard.

«O Defour era mais velho e apresentava uma maturidade superior na altura», recorda Areias. «Ele vinha do Genk, numa transferência polémica, e impôs-se rapidamente na equipa [29 jogos, 4 golos no campeonato. O Witsel era ex-júnior, treinava bem, mas jogava poucas vezes [16 jogos, 2 golos]. Percebia-se que eram uma aposta séria do clube.»

Até que o Clássico os separe

Nessa altura, já Costa Mbisdikis, sogro e ex-treinador de Defour, projecta um futuro radioso cintilante aos dois. «A Bélgica passava por uma grave seca de valores. O Defour e o Witsel, como o Fellaini, tornaram-se a grande esperança de todos os que gostam de futebol. Eram muito amigos e chegaram rapidamente à selecção.»

Em Portugal, embora a rivalidade entre F.C. Porto e Benfica se mantenha efervescente, Defour e Witsel continuam a falar. «Sim, assim que o Steven soube que ia para Portugal, creio que se aconselhou logo com o Axel», confirma Costa Mbisdikis.

Em vésperas de grande clássico no Dragão, a Bélgica olha com atenção redobrada sobre dois dos seus futebolistas mais queridos. Afinal, grande parte do futuro imediato da selecção passa por eles. «Esta é uma boa geração e a Bélgica até pode pensar em estar nas grandes competições. O Defour e o Witsel chegaram naturalmente à equipa nacional e só lamento que lhes falte um grande ponta-de-lança para poderem sonhar ainda mais alto.»

Veja os dois a celebrar a conquista da Taça belga: