Segundo o coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, Francisco Vieira, citado pela agência Lusa, o despedimento colectivo foi comunicado aos trabalhadores na quinta-feira, sendo a justificação «uma profunda quebra de receitas», resultante da crise internacional.
Na comunicação oficial de despedimento colectivo, a administração refere que este é «o momento mais doloroso» vivido ao longo dos 20 anos de existência da empresa.
A Coindu dedica-se ao fabrico de assentos e outros componentes para automóveis.
Mão-de-obra excedentária
Em meados de Fevereiro, o administrador da Coindu, Jorge Torres, admitiu, em Viana do Castelo, no final de uma reunião no Governo Civil, que a empresa tinha mão de obra excedentária, mas negou, na altura, que estivesse em curso qualquer processo de despedimento colectivo.
Acrescentou que a empresa tinha nas fábricas de Famalicão e Arcos de Valdevez um total de 1700 trabalhadores, número que, como se disse, se revelava «excessivo», face à crise internacional e consequente quebra de encomendas.
O responsável sublinhou que a empresa admitiu 700 trabalhadores entre Maio de 2007 e Maio de 2008, numa altura em que «ninguém podia prever» as dimensões da crise internacional.
A Coindu vinha optando por não renovar os contratos a prazo que chegavam ao fim.
Em Fevereiro, o administrador disse ainda que a empresa vinha efectuando paragens na produção durante alguns dias por semana.
Dos 1.700 funcionários, «500 a 600» trabalham na fábrica de Arcos de Valdevez, enquanto que os restantes laboram em Vila Nova de Famalicão.
A Coindu tem sede em Joane, Vila Nova de Famalicão, e em Janeiro de 2001 abriu uma nova fábrica em Arcos de Valdevez. Neste último concelho, faz parte da Associação para o Centro de Incubação de Empresas de Base Tecnológica do Minho. Detém ainda uma terceira fábrica na Roménia.
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