A sua revista digitalDe Cristiano Ronaldo a Aurélio Pereira. O talento de Fábio Paím impressionou tudo e todos. Contudo, e rapidamente, a jovem promessa do futebol português desceu do céu ao inferno.
Retirou-se do futebol em 2021 depois de ter estado preso, com 33 anos, mas aos poucos foi-se reerguendo. Paím tem vivido uma segunda etapa da sua vida, que teve uma nova fase esta sexta-feira, dia 22 de março de 2024.
Na Lousã, o antigo jogador, agora com 36 anos, deu início ao seu mais recente projeto: dar palestras sobre o insucesso. «Oiçam o que eu digo, não façam o que eu fiz» é o nome da iniciativa do ex-extremo, que saiu da cabeça de Pedro Miguel, empresário de futebol, que falou com o Maisfutebol.
«Eu conheço o Fábio há muitos anos, desde que ele tinha 18 anos. Eu via muitos podcasts dele e pensei que seria uma boa ideia para escolas, para clubes. Então, virei-me para ele e disse: «Mano, não está na altura de fazeres dinheiro? Andas aí em podcasts de graça em todo o lado…». E ele disse que era uma boa ideia, que confiava em mim e para andar para a frente com o projeto. Ficou maravilhado», começou por dizer o mentor do projeto, que pretende levar a ideia a clubes nacionais e às comunidades portuguesas.
A palestra de Paím consiste numa conversa com pais e filhos ligados ao futebol de formação, mostra imagens fortes da vida do antigo craque de Sporting e Chelsea, que também aproveita para desabafar.
«A minha palestra não é só conversar, tem imagens muito fortes, com muita força, tenho a certeza de que as pessoas vão ficar a pensar naquilo. Vou desabafar, vou deitar algumas coisas que tenho aqui dentro cá para fora e tenho a certeza que vou ajudar», afirmou o ex-futebolista ao nosso jornal.
Paím não quis revelar as histórias que vai contar nas palestras, mas lembrou que não há muitas pessoas disponíveis para ajudar os mais jovens, apontando mesmo os casos de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.
«Eles não estão nem aí para os jovens. Eles não têm tempo, eles estão a usufruir com a família daquilo que eles conquistaram com o trabalho. Eles não vêm falar do insucesso e eu acho que isso é muito importante. Eles são a cara do sucesso», disse o avançado, que chegou a afirmar que aos 18 anos era melhor que o argentino e CR7.
O objetivo do projeto, segundo Pedro Miguel, é que não haja mais nenhum Fábio Paím no futebol português, mas a antiga jovem promessa sabe que essa vai ser uma missão difícil de concretizar.
«É quase impossível não haver mais nenhum Fábio Paím. É muito difícil. Os clubes já têm outro tipo de acompanhamento, mas vai acontecer», concluiu.
«É uma mensagem muito boa, é a realidade», «O meu insucesso vai ser o sucesso deles», «Não sei como é que ultrapassei isto, ainda estou a ultrapassar, isto deixa marcas para a vida», confidenciou-nos.
O futebol, e o Fábio Paím, agradecem.
