Em Portugal, há cerca de 100 mil famílias em situação de grande dificuldade financeira, ou seja, pessoas que enfrentam sérios problemas para pagar a prestação bancária relativa à compra de casa ou por motivos de consumo, diz o «Diário Económico».

A estimativa está nas conclusões de um estudo conjunto do Gabinete de Orientação ao Endividamento dos Consumidores (ISEG) e da Direcção-Geral do Consumidor (Ministério da Economia) a divulgar dentro de poucos dias e mostra uma realidade que os dados oficiais (do Banco de Portugal) relativos ao crédito malparado continuam sem evidenciar: que o incumprimento bancário está a acelerar e afecta já muita gente.

Aquele número representará quase 3% do total de famílias em Portugal, segundo os últimos inquéritos do INE. Por seu turno, a Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) revela que recebeu quase dois mil pedidos de apoio por causa do sobreendividamento, o dobro do registado em 2006.

Os especialistas referem que a situação difícil das famílias (quase 3% dos agregados familiares recenseados em Portugal) é grave e está a piorar por causa da crise financeira, aliada ao baixo crescimento da economia e aos altos números do desemprego: os indicadores referentes aos sinais de incumprimento (que os bancos nunca revelam) «estão a piorar muito», refere Filipe Garcia, economista da consultora Informação de Mercados Financeiros.