A erupção do vulcão islandês está a causar uma das maiores dores de cabeça dos últimos anos à aviação, turismo e não só. O cancelamento de mais de 60 mil voos na Europa está a impedir milhares de pessoas de chegarem aos empregos, e a causar prejuízos astronómicos a muitas empresas.

AEP avisa que preços vão subir

Só no que diz respeito a companhias aéreas, estima-se que os prejuízos das transportadoras europeias ascendam a 185 milhões de euros por dia, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), o que eleva já para perto de mil milhões as perdas desde a passada quinta-feira. Um valor que supera mesmo o impacto estimado pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.

Para limitar os prejuízos, a Comissão Europeia está a ponderar autorizar apoios financeiros excepcionais dos Estados-membros às companhias aéreas.

já causou perdas de 1,732 milhões de euros na capitalização bolsista das companhias aéreas cotadas, e provocou custos diários de 220 milhões de euros para o sector, adiantou à agência Lusa Luís Gonçalves, operador da corretora Go Bulling, do Banco Carregosa.

Prejuízos escondidos

Além das empresas directamente afectadas pela nuvem vulcânica, há muitas outras que, indirectamente sofrem os efeitos deste fenómeno. Há milhares de pessoas presas nos aeroportos que não conseguem chegar aos empregos, entregas de encomendas e correspondência atrasadas.

Com o turismo na Europa reduzido ao mínimo por estes dias, não são só as companhias aéreas que sofrem. Cadeias de hotéis, restauração e comércio também deixam de vender. Os efeitos em cascata em empresas, restaurantes, lojas, etc. são incalculáveis.

Quem está a ganhar com isto?

Mas o azar de uns pode muito bem ser a sorte de outros. Os meios de transporte alternativos, como os barcos, os comboios e até mesmo os autocarros têm registado um forte aumento da procura.

Muitas estradas começam a entupir e a distribuição de correspondência está a ser afectada.

Com a maioria dos aeroportos europeus fechada, o transporte terrestre está a ser utilizado pelas transportadoras para cumprir as entregas, uma solução com muitas limitações. Além da demora, a frota europeia de camiões está praticamente esgotada.

No caso das empresas de rent-a-car, esta situação tem um efeito duplo: por um lado, muita gente tenta alugar um carro para chegar ao destino e pela Europa fora há relatos de preços inflacionados; por outro, há também muitos cancelamentos.

Em Portugal, a associação do sector queixa-se disso mesmo: os turistas não chegam e os alugueres estão a ser cancelados aos milhares. Os prejuízos estimam-se «elevadíssimos».

Fim à vista?

A tendência é para que a nuvem comece a dissipar-se e os especialistas acreditam que em meados da semana será possível começara a abrir o espaço aéreo de alguns países.

Aliás, algumas companhias aéreas começaram já a fazer voos experimentais, para verificar até que ponto as cinzas prejudicam mesmo os motores dos aviões, mas esta segunda-feira soube-se que alguns aviões da NASA aterraram dos testes com problemas causados pela nuvem.

Entretanto, foi já anunciado que parte do espaço aéreo europeu será aberto esta terça-feira de manhã.