Liedson foi contratado em janeiro e raramente saiu do banco de suplentes do F.C. Porto. Vítor Pereira nunca quis explicar em detalhe esta sua opção, mas na entrevista ao Maisfutebol reconhece que o nível do avançado já não se aproximava do que mostrara no Sporting. Sobre Izmaylov, outra revelação: o russo teve um problema insistente num joelho.

O Liedson e o Izmaylov chegaram em janeiro ao F.C. Porto. Ficou satisfeito com o que eles acrescentaram?

«O Liedson estava em pré-época no Brasil e nós já estávamos com uma intensidade fortíssima, já com um tipo de trabalho diferente. Ele teve muito tempo para, pelo menos, chegar à condição física ideal para se poder expressar em campo. Acho que já não tinha as condições do passado, do Sporting, mas com mais tempo até nos podia ter ajudado mais. Dentro do possível, ajudou e foi um bom profissional. Esteve sempre disponível, fez um bom ambiente de grupo e foi útil na medida do possível.

O Izmaylov é um jogador de grande qualidade, mas teve dificuldades para apanhar o nosso ritmo. Depois foi prejudicado por uma lesão no joelho, que o incomodava e que lhe criou alguns problemas, nomeadamente na fase final do campeonato. Foram dois jogadores que nos ajudaram, dentro das suas possibilidades, a conquistar o campeonato».

O que nos pode dizer dos reforços do F.C. Porto, nomeadamente dos menos conhecidos, Reyes e Herrera?

«Conheço os dois há algum tempo. Aliás, estava convencido que o Herrera ia chegar em janeiro, mas não foi possível. É um médio de grande qualidade. O Reyes é mais defesas central do que médio-defensivo. Aliás nunca o vi a jogar no meio-campo. O F.C. Porto está muito bem servido de centrais e o Reyes vai ter de trabalhar muito para evoluir e jogar. Mas tem boas condições».

Vai levar algum jogador português consigo para Jeddah?

É complicado. A liga só permite três estrangeiros, mais um estrangeiro oriundo de outro país asiático. No plantel tenho o Victor Simões, um avançado brasileiro que tem sido várias vezes o melhor marcador do campeonato; apesar dos seus 32 anos é um jogador de muita qualidade. Além dele tenho o Bruno César (ex-Benfica), o Jairo Palomino (colombiano) e o Diego Morales (argentino). Estamos a ver se é possível mudar um dos estrangeiros. Além deles tenho o Imad Al-Hosni, um ponta-de-lança jordano. Vai continuar na equipa. Não é fácil fazer estas escolhas, mas isso também me atraiu. As regras são mais rígidas.

[n.d.r.: a entrevista foi feita antes da contratação de Márcio Mossoró]

A ambição confessa de ganhar a Liga dos Campeões fica, por ora, adiada...

É verdade. Mas não me acredito que se esqueçam de mim. O que eu quero é bater-me com os melhores treinadores e os melhores treinadores estão na Europa. Em Inglaterra, na Espanha, na Alemanha. Quero medir forças com eles. Não sei quando, mas voltarei a fazê-lo. Sempre defini os meus objetivos de carreira: disse que chegaria à I Liga e cheguei, disse que treinaria um grande (de preferência o F.C. Porto) e treinei; agora digo com a mesma convicção que chegarei a uma final europeia e a Liga dos Campeões é a que mais me seduz».