Titular na Serie A, em Itália; vice campeão do mundo de sub 20, em 2011; formado no Sporting e no Benfica, com uma breve passagem pelo Valência. O currículo de Mário Rui justifica um reconhecimento que o atleta ainda não conseguiu.

Nesta entrevista ao Maisfutebol, o lateral esquerdo de 23 anos fala sobre esse aparente esquecimento, mas também sobre os adversários mais impressionantes no calcio (Pogba à frente de todos), os palcos mais marcantes onde já jogou e o próprio futebol italiano.

Nascido em Setúbal, criado em Sines e filho da Academia de Alcochete - viveu lá entre os 11 e os 17 anos - Mário Rui é um jogador já maduro e pronto para assumir maiores responsabilidades.


Leia AQUI a entrevista completa a Mário Rui

Os números de Mário Rui no Empoli

Como está a correr o ano de estreia na Serie A?
«Diziam-me que o futebol é muito defensivo, cauteloso, e que para um lateral com as minhas características isso não seria bom. Mas pensava que fosse pior. É uma liga muito tática, sim, mas as equipas pequenas também gostam de atacar. É o caso do Empoli. Estou completamente adaptado».

Qual é o adversário que mais o impressionou até agora?
«Destaco, claramente, o Paul Pogba, da Juventus. Parece um adulto a jogar contra crianças (risos). Faz a diferença, está entre os melhores do mundo. Tem 22 anos e vai crescer ainda. Também fiquei impressionado com o Radja Nainggolan, médio belga da AS Roma».

A liga italiana tem palcos míticos. Que ambiente tem encontrado nos estádios da Serie A?
«Há uma atmosfera de grande loucura, um pouco por todo o lado. Mas destaco o ambiente e as condições de dois estádios onde já joguei esta temporada: o San Paolo, em Nápoles, e o Olímpico de Roma. E domingo vou jogar pela primeira vez no San Siro [contra o AC Milan]».

A Juventus lidera com sete pontos de vantagem sobre a Roma. É o clube italiano mais forte, atualmente?

«A Juventus está muito à frente dos outros. Depois da descida de divisão, o projeto deles organizou-se e criaram coisas importantes. Um estádio novo, a aposta na formação… o AC Milan está a pagar a fatura de erros do passado, por exemplo. Está em claras dificuldades».

A liga italiana perdeu nível por essa queda de clubes como o Milan ou o Inter?
«Sim, já não é o melhor campeonato do mundo, como foi nos anos 90. Espanha, Alemanha e Inglaterra estão á frente».

Fale-me do Empoli. Que clube é e o que pretende para esta época?
«É um clube formador, essencialmente. Tem poucos adeptos para a realidade italiana. É um clube familiar, a relação entre todos é muito próxima. O presidente está sempre por perto… nos jogos em casa temos à volta de 13/14 mil espetadores. O estádio é antigo, tem capacidade para 20 mil pessoas. Vamos lutar pela manutenção».

Vive na Toscânia, uma região privilegiada em Itália. Valoriza isso, costuma explorar a zona?
«Sim, estou a dez minutos de Florença, a 15 minutos de Pisa e de comboio consigo chegar a Milão ou Roma em hora e meia. É uma zona belíssima, uma zona conhecida pela comida e pelas artes. As pessoas em Empoli são mais calmas, conhecem-me na rua e não me abordam, dão-me liberdade. É um dos pontos a favor de viver e jogar em Empoli».