Contratado pelo Parma em vésperas do Mundial de sub20, em 2011, Mário Rui nunca veio a ter uma oportunidade no clube do Estádio Ennio Tardini. Rodou em clubes da Serie B, até à tarde em que uma cotovelada o deixou sem ver do olho esquerdo.

Os responsáveis do Empoli não esqueceram a fibra do lateral português e contrataram-no pouco depois. Na entrevista ao Maisfutebol, Mário Rui também confessa ser inspirado por dois nomes: Roberto Carlos e Cristiano Ronaldo.


Os números de Mário Rui no Empoli

Depois do Mundial sub20 vai para o Parma. Já tinha tudo definido antes da prova ou só assinou depois do torneio?
«Já tinha assinado antes. No Panamá, durante o estágio. O meu contrato com o Benfica acabou. O meu empresário falou comigo, eu estava sem equipa e não pensei duas vezes. Assinei pelo Parma. Acabei por jogar uma época no Gubbio, equipa-satélite do Parma, na Serie B. É um clube pequeno, mas permitiu-me fazer mais de 30 jogos nessa época (2011/12). Mostrei o meu valor e cresci bastante».

No ano seguinte volta a não ficar no plantel principal do Parma. O que falhou?
«Podia ter ficado. Pensei que ia ficar, aliás. Mas reuni com os responsáveis e disseram-me que tinham dois laterais esquerdos experientes. Ou seja, podia ficar, mas seria difícil ser titular. Por isso fui emprestado ao Spezia, outra vez na Serie B».

Numa rápida pesquisa na internet percebe-se que os adeptos do Spezia o adoravam. Foi a sua melhor época em Itália?
«As coisas até não começaram bem, jogava poucos minutos nas primeiras semanas. Mas dava tudo em campo e as pessoas repararam nisso. Caí nas boas graças dos tiffosi. Num jogo contra o Empoli, um dérbi, fizemos o 1-0 e logo a seguir levei uma cotovelada e fiquei com o olho esquerdo inchado. Fiquei sem ver. Joguei mais de 20 minutos cego de um olho. O médico queria tirar-me, mas fiz questão de continuar. Não pretendi ser herói, só quis jogar. Isso marcou os adeptos».

Então o Empoli surge na sua carreira depois do que fez nesse jogo?
«Sim, agora sei que sim, por conversas que tive com as pessoas de cá. O Empoli perdeu esse jogo por 3-0, eu fiz uma grande exibição e eles contrataram-me».

Há algum lateral esquerdo que lhe sirva de modelo, de inspiração?
«O Roberto Carlos. Sempre. A força, a velocidade, a técnica… sempre foi uma referência. Mas também tenho de dizer que o Cristiano Ronaldo é uma inspiração para mim. É o melhor do mundo. Quando se fala sobre ele no nosso balneário, sinto enorme orgulho em dizer que é meu compatriota».