O Campeonato do Mundo de sub20, realizado em 2011 na Colômbia, colocou o nome de Mário Rui e dos colegas em todos os noticiários. O lateral fez cinco jogos e marcou um golo na prova em que Portugal foi vice-campeão do mundo.

Transferido imeadiatamente para Itália, Mário Rui desapareceu dos radares, até reaparecer esta temporada em excelente plano na Serie A italiana. Em conversa com o Maisfutebol, o esquerdino de 23 anos recorda essa prova inesquecível ao serviço de Portugal e reconhece sonhar com uma oportunidade na seleção principal.


Que memórias mais fortes tem do Mundial de sub20 na Colômbia?
«Até à final só tenho boas memórias. Chamavam-nos Geração Coragem e isso diz tudo sobre a nossa seleção. Demos o máximo, tivemos um comportamento brilhante e ficámos muito perto do título mundial».

Os números de Mário Rui no Empoli

Participou em cinco dos sete jogos de Portugal e ainda fez um golo…
«Sim, à Nova Zelândia. Já não fazia golos há muito tempo (risos). Marcar num Mundial é incrível, ainda por cima só vencemos esse jogo por 1-0. É inesquecível».  

Mantém contato com os colegas dessa seleção?
«Sim, aliás, todos os anos na data da final o Ilídio Vale envia-nos uma mensagem a relembrar o que conseguimos nesse Mundial. Isso demonstra o quão especial era esse grupo».

O Luís Martins era o outro lateral esquerdo da seleção. Até foi ele a começar a titular.
«Fomos colegas no Benfica, fomos colegas de quarto na seleção e somos grandes amigos. O meu sucesso era o sucesso dele e vice-versa. Só um de nós podia jogar, mas o Luís esteve bem sempre que foi chamado».

Qual foi a sua melhor exibição nesse Mundial de 2011?
«Na meia-final, contra a França».

O Brasil era mesmo uma seleção superior e mereceu vencer?
«Individualmente, sim, eles eram muito mais fortes. Já tinham vários jogadores em grandes equipas europeias. Mas coletivamente, o nosso grupo era mais compacto, melhor. Tivemos azar naquele último lance: o Óscar [Chelsea] ia cruzar e fez o golo por acidente. No início do Mundial ninguém acreditava em nós e conseguimos chamar a atenção das pessoas. Perder é doloroso, mas sentimos que o país começou a olhar para nós de forma diferente».

Joga em Itália há quatro anos e é titular numa equipa da Serie A. Sente falta de reconhecimento em Portugal?

«Não penso muito nisso. Estou muito bem integrado em Itália e não tenho necessidade de voltar a Portugal. Não acho que as pessoas me devem reconhecimento, simplesmente não penso nisso. Quero continuar em Itália, jogar bem e ser um homem feliz. Estou muito bem cá».

A Seleção Nacional é um objetivo a curto prazo?
«Não posso mentir. Claro que penso na seleção, mas não digo que mereço lá estar. Um dos meus sonhos é representar o meu país novamente. Há-de chegar a minha oportunidade. Estou contente com o meu rendimento no Empoli, tenho recebido elogios da crítica. Eu e a equipa, aliás. Estamos a fazer um campeonato acima das expetativas. O Empoli não é uma equipa implantada na Serie A».