* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
Siga o autor no Twitter


João Sousa controla a bola, arrisca o remate e… penálti! Falta clara dentro da área do Real Madrid, golo para o Granada. Gastão Elias protesta, mas o árbitro decide bem. Nada a dizer, vantagem justa de Sousa.

O Maisfutebol junta-se aos melhores tenistas portugueses numa sala de convívio da Aldeia Olímpica, erigida nos escombros do mítico circuito de Jacarepaguá, palco de tantos e tantos domingos extraordinários de Fórmula Um.

Na playstation, João Sousa vence e Gastão protesta. Sorriem e abraçam-se. São, antes de mais, bons amigos. Curiosamente, defrontaram-se há semanas no ATP 250 de Bastad, Suécia, e Elias venceu.

No dia 6 de agosto, entram ambos em ação na primeira ronda de singulares do pó de tijolo olímpico. Em exclusivo ao nosso jornal, Sousa, número 36 do mundo, fala da temporada de 2016 e do objetivo olímpico.

Apesar de as últimas semanas não terem sido brilhantes, João Sousa aproveitou a ligeira e breve pausa no calendário para reorganizar ideias e recarregar energias.

«Estou bem, muito motivado», garante o atleta natural de Guimarães, convencido de que esta é uma prova tentadora para surpreender e… enfim, quem sabe, chegar ao pódio.

«Todos os atletas que chegaram aqui são excelentes. No ténis há surpresas, quase sempre. Aliás, isso é das coisas que me fascinam no ténis. Eu acho que podem existir surpresas aqui. Acredito nisso».

«Julgo que vou fazer uma boa prestação», insiste Sousa. «Tenho-me adaptado bem às condições dos courts e às características atmosféricas. Temos treinado bem. Estou curioso para ver como reajo em jogo», afirma João Sousa, senhor de um palmarés sem paralelo no ténis nacional.

«Os campos são novos e têm um piso bastante lento. As bolas são boas, do meu agrado, vamos ver como correm os jogos», continua João Sousa, empenhado em adaptar «rapidamente» o seu jogo a uma superfície que o agrada.

«Tenho de adaptar o meu jogo a este campo pesado e lento. Sinto-me bem fisicamente, apesar de a época já ir longa e com vários torneios e viagens».

João Sousa coloca em cima da mesa os resultados de 2016. Em maio chegou ao lugar mais alto de sempre no ranking ATP (26º) e pela primeira vez esteve na terceira ronda de Wimbledon, além de ter brilhado em Madrid.

O saldo é, por isso, positivo.

«A época está a ser boa. O grande objetivo passava por fazer resultados convincentes nos grandes torneios [Grand Slam e Masters 1000] e felizmente isso tem acontecido. Infelizmente, nos pequenos torneios nem tanto. Mas não há problema», sublinha.

«Fiz um bom torneio em Madrid [quartos de final], cheguei à terceira ronda em dois Grand Slam e à segunda noutro. Sinceramente, estou satisfeito».

«Encontro semelhanças entre a Davis e os Jogos»

João Sousa está habituado a representar Portugal na Taça Davis e tem, de resto, um saldo extremamente positivo na prova: 15 vitórias, 9 derrotas.

Ao Maisfutebol, o tenista diz identificar «algumas semelhanças» entre a Davis e os Jogos Olímpicos, embora sublinhe uma grande diferença: «nas bancadas não vai haver apoio a um tenista da casa, a não ser que defronte um brasileiro».

«Encontro semelhanças, sim, mas tenho a certeza que o ambiente vai ser diferente. Na Davis há sempre um dos jogadores a representar o país de casa e o apoio nas bancadas é muito forte. Aqui não vai existir isso, mas o sentimento de representar Portugal é igualmente forte. É um orgulho estar cá».

A finalizar, o Maisfutebol desafia João Sousa a lançar um olhar sobre o atual momento de forma de Gastão Elias. Na playstation, já se percebeu, o tenista da Lourinhã tem de melhorar.

«Tenho visto o Gastão bem, em bom momento de forma. Teve excelentes resultados nas últimas semanas, até me venceu recentemente (risos). Acredito que está muito forte».