Estórias Made In é uma rubrica do Maisfutebol que aborda o percurso de jogadores e treinadores portugueses no estrangeiro. Há um português a jogar em cada canto do mundo. Este é o espaço em que relatamos as suas vivências.

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Fez toda a formação no Benfica ao lado da geração de 1994, foi treinado por Bruno Lage nos juvenis e, tal como a maioria dos companheiros, faltou-lhe espaço na equipa principal quando chegou a sénior. Seguiu para o Moreirense, conquistou uma histórica Taça da Liga e depois deu o salto para França onde agora joga com a camisola do Guingamp. A época, em termos coletivos, não está a correr particularmente bem, mas a verdade é que o jovem lateral português anda a dar cartas e está novamente qualificado para outra final da Taça da Liga. Venha daí conhecer a história de Pedro Rebocho.

Uma história que começa há cerca de vinte anos em pleno Alentejo, em Évora, mas que evolve a Juventus, Benfica e Barcelona. «As primeiras memórias que tenho do futebol estão relacionadas com a primeira vez que calcei umas chuteiras. Foi o meu pai que as comprou. Ainda me lembro bem que eram umas chuteiras da Juventus e, na altura, comprou-me também o equipamento do Benfica. Ainda estava na primária, devia ter uns sete anos e já jogava na escola».

Em dois tempos, Pedro era uma águia azul, a jogar na formação do Juventude de Évora, ali ao lado do Estádio Sanches de Miranda. «Fui para lá com oito anos e fiquei por lá três anos. Tenho boas recordações, era o clube da minha terra. Lembro-me de ir jogar alguns torneios e um deles marcou-me. Fomos a Barcelona fazer um jogo amigável em 2004, é uma das minhas recordações mais fortes. Um miúdo de Évora ir jogar contra o Barcelona era outro mundo», recorda.

Na altura, o pequeno Pedro jogava futebol 7 e estava longe de jogar como lateral. Era um goleador. «Marcava muitos golos. Jogava sempre a avançado, na altura não pensava em ser defesa, queria é marcar golos», recorda. De torneio em torneio, Rebocho deixava sempre a sua marca na lista dos marcadores, ao ponto de ter chamado a atenção do Benfica, mas também do Sporting. «O Benfica falou com o meu pai. Queriam que fosse às captações no Estádio da Luz. Fui lá fazer duas, na altura também tinha ido ao Sporting e estava indeciso entre os dois». Com onze anos, Rebocho teve de tomar uma decisão. «Uma manhã o Bruno Maruta do Benfica ligou ao meu pai a dizer que estavam muito interessados em que eu assinasse. O meu pai, antes de eu ir para a escola, disse-me: durante o dia pensa para onde queres ir, tens de decidir hoje. Prontos, escolhi o Benfica».

De goleador a lateral numa resposta a João Tralhão

O mundo de Pedro começava a crescer. «Às vezes tínhamos torneios, o meu pai não me conseguia levar e ficava a dormir no centro de estágios do Seixal ou na casa de alguns colegas meus. Era um mundo totalmente diferente. Estava habituado a uma coisa, cheguei ali e tinha uma academia cheia de condições. De certa forma, fez-me pensar: isto pode ser o meu espaço, é aqui que vou poder evoluir, tenho de dar o melhor de mim». Logo no primeiro ano no Benfica, o goleador converte-se em lateral.  Por força das circunstâncias e de uma oportunidade que o Pedro quis agarrar com as duas mãos.

«Só comecei a jogar a lateral no meu primeiro ano do Benfica. Quando cheguei não havia nenhum esquerdino na equipa e o meu treinador, o Luís Tralhão, perguntou-me se eu era defesa esquerdo e eu, sem hesitar, disse-lhe que sim. A partir daí passei a ser lateral. Ainda me lembro bem do primeiro jogo que fiz: foi contra o Vitória da Picheleira. Ganhámos 18-0 e eu fiz cinco assistências. A partir daí passei definitivamente a defesa esquerdo. Nesse ano, quando voltei para os infantis A, o mister Bastos Lopes ainda me meteu a jogar a extremo. O Rony [Lopes] de um lado e eu do outro, mas já estava lançado como lateral».

Luís Araújo, Bastos Lopes, João Tralhão e, depois, Bruno Lage nos juvenis A. «Ele já treinava a geração de 1994, tinha sido campeão em todos os escalões com essa geração. Sempre tive a ideia de que era um treinador muito bom tecnicamente, com muito carácter e que potenciava ao máximo os jogadores que treinava. Quando comecei a ser treinado por ele confirmei isso tudo e percebi que também era muito exigente. Outra coisa que ele faz muito bem é entender o jogo, lê muito bem o jogo».

Bruno Lage, como se sabe, é o atual treinador da equipa principal do Benfica. «Sinceramente não fiquei nada surpreendido. Não só ele, como outros treinadores do Benfica, têm qualidade para treinar a equipa principal. Também gostava muito do Rui Vitória, mas fiquei contente com a ascensão do Bruno Lage. Tal como na formação dos jogadores é bom vê-los chegarem à equipa principal, com o treinador também pode acontecer. Para mim é uma coisa importante, faz parte do crescimento», comentou.

Bruno Lage deixou desde logo a sua marca com uma aposta forte na formação, com destaque para o onze que montou para o primeiro jogo com o Galatasaray na Liga Europa. Uma opção ousada num ambiente tão difícil como um estádio repleto de adeptos turcos, reconhecidos pelo seu fanatismo. O que terá dito o treinador aos «miúdos» antes de os lançar às «feras»? «Ele falava sempre muito connosco, mesmo em termos individuais. Tem uma forma de abordar os jogadores em que torna muito fácil passar a mensagem e explica muito bem o que pretende de cada jogador. Ao mesmo tempo gosta de deixar os jogadores muito à vontade, dá-lhes liberdade para pensarem por si», conta.

Além dos treinadores já mencionados, Rebocho trabalhou ainda com Renato Paiva e Hélder Cristóvão. «Tive muitos bons treinadores no Benfica, foram todos importantes nas várias fases da formação, calharam todos na altura certa da minha evolução».

Pedro Rebocho é de 1995, mas quando chegou aos juniores cruzou-se com a famosa geração de 1994. Jogou com jogadores como Ederson (agora no Manchester City), Lindelof (Manchester United), João Cancelo (Juventus), Rúben Dias (Benfica), Bernardo Silva (Manchester City), Gonçalo Guedes (Valencia), Nélson Semedo (Barcelona), André Gomes (Everton), Renato Sanches (Bayern Munique), Rony Lopes (Monaco) ou Ivan Cavaleiro (Wolverhampton).

«Tínhamos uma grande equipa de juniores. Não me surpreende o percurso que os meus colegas tiveram. Na altura já tinha bem a noção da qualidade que tinham, pela forma como trabalhavam. Sempre tive uma grande admiração pelo Cancelo. É meu amigo, mas sempre tive a certeza que ia chegar mais longe. Pelo feitio dele, mas também pela qualidade. O Bernardo [Silva] também, agora está à vista de todos, mas nos juniores já mostrava que tinha uma qualidade diferente. Mas o Cancelo foi sempre o que mais admirei. Tive a sorte de partilhar o balneário com ele, foi muito gratificante».

João Cancelo e Bernardo Silva ainda conseguiram somar alguns minutos na equipa principal do Benfica. O atual médio do Manchester City chegou, inclusive, a treinar, com Jorge Jesus, como lateral esquerdo na equipa principal, mas Pedro Rebocho nunca teve uma oportunidade. «Eles ainda jogaram para a Taça de Portugal. Não tiveram muitas oportunidades, mas ainda jogaram. Eu fiquei um pouco triste na altura em que saí do Benfica, mas a vida continua. Não tive oportunidades, tive de seguir a minha vida e traçar os meus objetivos. O mundo também não acabava ali».

Um cenário bem distinto do atual com aposta de Bruno Lage em jogadores como Ferro, Gedson, Florentino Luís, João Félix ou Jota. «Acho que é importante haver essa aposta porque são jogadores de qualidade e muito novos. Estas é que são contratações-chave para o futuro».

Moreirense: «O momento mais importante da minha carreira»

Pedro Rebocho não cruzou os braços e seguiu para o Moreirense. Uma época difícil, mas com um final surpreendente. A equipa minhota, depois de passar a época a lutar contra a despromoção, não só garantiu a permanência, como conquistou a Taça da Liga no Algarve. «Foi o momento mais importante da minha carreira. Jogar no Moreirense e conquistar um título foi um sonho. Normalmente, os títulos estão reservados para os grandes clubes, quando um pequeno consegue entrar ali no meio e marcar a diferença, tem significado».

O Moreirense já tinha feito uma boa fase de grupos, vencendo, inclusive o FC Porto, com um golo solitário de Francisco Geraldes. Mas quando chegou à meia-final, já no Algarve, frente ao Benfica, Augusto Inácio deixou Rebocho…de fora. «O mister chamou-me e disse-me que ia para a bancada. Sinceramente, fiquei um pouco triste, era uma oportunidade de defrontar o Benfica, mas respeitei a decisão do mister. Depois fui titular na final frente ao Sp. Braga».

Um plantel que contava com jogadores experientes, mas também com uma juventude irreverente. Além de Rebocho, Geraldes e Podence, cedidos pelo Sporting, também marcaram a época em Moreira de Cónegos. «Era um plantel especial. Ainda hoje mantemos contato. Temos um grupo no Whatsapp do Moreirense. Ainda hoje falo com alguns que lá estão, como Neto. É sempre especial porque conquistámos um título, é uma marca que fica para sempre. Por isso tenho um carinho especial por todos, do treinador ao presidente».

O Moreirense está atualmente a realizar uma temporada mais do que confortável, destacando-se no quinto lugar, a apenas cinco pontos do Sporting. «Não me surpreende nada, as equipas pequenas, num ou noutro ano, podem conseguir um percurso acima da média. O Moreirense normalmente joga para não descer, mas este ano está a ter uma organização, em termos de plantel e de equipa técnica, que lhe permite vencer com mais regularidade no campeonato e conseguir uns lugares mais acima da tabela», comentou ainda.

Pedro Rebocho passa agora, no Guingamp, uma experiência muito semelhante há que conheceu no Moreirense. Está num clube que luta para não descer e está qualificado para a final da Taça da Liga. «Já mencionei isso mesmo aos meus colegas, já lhes disse que este ano nos vai acontecer o mesmo do que me aconteceu no Moreirense, que é ganhar a Taça e garantir a manutenção», destacou.

Verão a aprender francês com Kevin Rodrigues e Joel Pereira

Sim, depois da festa no Moreirense, a vida de Rebocho deu mais uma volta. «O convite do Guingamp surgiu a seguir a um jogo com o Tondela, ainda em março ou abril. O meu empresário ligou-me, falou-me na oportunidade, mas só falámos nisso no final de maio, depois do Moreirense garantir a manutenção».

Pedro Rebocho tinha apenas umas noções de francês, basicamente o que tinha aprendido na escola, mas nesse verão de 2017 o lateral contou com dois professores especiais no decorrer do campeonato da Europa de sub-21 que decorreu na Polónia.

Kevin Rodrigues, natural de Baiona (França), e Joel Pereira, nascido em Boudevilliers (Suíça), ajudaram Rebocho a «desenrascar-se». «Já tinha algumas noções da escola, mas era melhor a escrever do que a falar, a falar era muito tímido. Tive a sorte de ficar no quarto com o Kevin. Comecei a aprender com ele. Todos os dias escrevia notas e aprendia vocabulário. O Joel também me ajudou muito nessa altura com o francês. Ganhei algumas bases e quando cheguei a França a comunicação já não foi tão difícil».

Acabou o Europeu e Rebocho lá seguiu para a pequena Guingamp. Uma cidade na Côte d’Armor, na Bretanha, com apenas sete mil habitantes. «É uma cidade muito pequena, apesar do clube ter muitos adeptos. Para quem vem de Lisboa, não tem nada a ver, isto é muito calmo. Esta parte da Bretanha é mesmo assim, uma grande pacatez, mas também gosto disso. Sou uma pessoa calma e gosto de estar muito em casa. Quando estou de folga e preciso um pouco mais de agitação vou a Rennes ou a Paris», conta.

A nível desportivo, o Guingamp está no último lugar da liga francesa, mas Pedro Rebocho é notícia constante pelas boas exibições e assistências. Já foi eleito mais do que uma vez para o melhor onze da jornada da liga e também já foi destacado como jogador do mês em vários jornais de referência.

«Apesar da equipa estar mal classificada, o meu objetivo é sempre ajudar, é ser o primeiro a estar lá para ajudar a equipa a ganhar e a subir na classificação. Como tenho tido muito mais oportunidades, sinto-me muito mais confiante. A regularidade fez toda a diferença quanto à confiança. Em termos individuais a época está-me a correr muito bem», conta.

A verdade é que no início de fevereiro, Rebocho já soma mais jogos do que em toda a época passada. No ano de estreia em França, Rebocho acumulou 24 jogos em todas as competições, enquanto esta época já chegou à marca redonda dos 30 jogos. «Sim, está a ser totalmente diferente, o ano passado fiz duas assistências, este ano já tenho oito. Só por aí dá para ver que a minha época está a ser muito positiva».

Além disso, ainda há esperança. Nas últimas jornadas o Guimganp foi empatar a Bordéus (0-0) e depois ganhou em casa ao Angers (1-0). Quatro pontos quer permitiram ao aflito Guingamp respirar e acreditar num futuro mais risonho. «Esse é o objetivo principal da equipa. Todos os jogadores já meteram na cabeça que não vamos descer de divisão, vamos fazer os possíveis e os impossíveis para nos mantermos na Ligue 1».

Picar o PSG acabou com goleada de 0-9

Além do campeonato, o Guingamp está qualificado para a final da Taça da Liga depois de ter deixado pelo caminho o Nice, Paris Saint-Germain e Monaco. A vitória por 2-1 em pleno no Parque dos Príncipes, nos quartos de final, é definitivamente um dos momentos mais marcantes da temporada de Rebocho.

«Era um jogo em que tínhamos um ou dois por cento de probabilidades de ganhar, mas acreditámos nesses dois por cento e conseguimos ganhar. Foi uma vitória marcante, como também foi a vitória sobre o Monaco que nos abriu caminho para a final».

Exatamente dez dias depois do surpreendente triunfo no Parque dos Príncipes, o Guingamp regressou à capital francesa para novo embate com o PSG, desta vez para o campeonato. As estrelas da equipa parisiense deixaram claro que não esqueceram o enxovalho na Taça da Liga, puxaram pelos galões e golearam por 9-0.

«Nós sabíamos que a partir do momento em que os eliminámos da Taça da Liga eles queriam mostrar que não é possível ao PSG perder com o Guingamp. Se calhar um jogador deles vale o dobro da nossa equipa toda. Os milhões que estão ali investidos não dão espaço para perderem com equipas menores. Eles entraram no campo com tudo, conseguiram fazer o primeiro golo muito cedo, depois fizeram o segundo, o terceiro já foi um erro individual nosso. Tentámos retificar, não sofrer mais e tentar marcar, mas mentalmente a equipa foi-se abaixo. A partir daí foi sempre a aviar, eles até iam buscar a bola dentro da baliza para poderem marcar mais. Foi um jogo em que não estivemos no nosso melhor».

Foi um dos jogos mais difíceis para Rebocho, uma vez que qualquer um dos três da frente de ataque do PSG é difícil de marcar, mas não são os únicos. «O Di Maria, o Neymar e o Mbappé são todos difíceis. Depois é o Rony Lopes que, sendo meu amigo, é um dos alas mais complicados de marcar. Ainda há dois dias marcou um golo. E ainda há o Nicolas Pépé do Lille».

A verdade é que o modesto Guimgamp está a um mês de disputar a final da Taça da Liga frente ao Estrasburgo, marcada para 30 de março. «Ainda não pensamos nisso, ainda temos três jogos do campeonato e estamos focados em conseguir o máximo de pontos. Depois a final será um jogo diferente. Vamos fazer tudo para ganhar porque será um feito histórico. O Guingamp já tem duas Taças de França, mas é a primeira vez que vai a uma final da Taça da Liga».

Pedro Rebocho renovou, entretanto, contrato com o Guingamp no início do presente ano por mais duas temporadas, prolongando o vínculo ao clube até 2022. «Estou muito contente aqui, mas não escondo que o meu objetivo passa por jogar nos melhores clubes da Europa e poder jogar na Liga Europa ou na Liga dos Campeões. Mas eles estão contentes com o meu trabalho, querem valorizar isso e propuseram-me a renovação. Às vezes o contrato não quer dizer nada. Se aparecer algum clube, logo se vê», atira.

O Benfica ainda tem vinte por cento sobre o valor de uma eventual transferência. Ainda agora, no mercado de inverno, o nome de Pedro Rebocho andou a bailar na imprensa francesa que deu conta do alegado interesse de clubes como o Sevilha e o Marselha. «Eu procuro sempre abstrair-me disso quando o mercado está aberto, mas não houve nada de concreto. Fui vendo o que os meus amigos me mandavam, o que vinha nos jornais, mas sem dar grande valor».

À distância, Rebocho vai procurando também acompanhar a liga portuguesa. «Agora vejo mais jogos do campeonato francês, mas continuo a acompanhar com regularidade. O Benfica está com uma dinâmica muito diferente, estão a jogar muito mais apoiados, têm feito boas exibições e têm marcado muitos golos. É disso que o adepto gosta. Boas exibições e muitos golos. Acho que o Benfica tem estado muito bem, espero que continue assim até ao final do campeonato», comentou.

A um ponto do FC Porto, o Benfica até pode ser líder depois do clássico da próxima semana. «É sempre um jogo muito competitivo e que pode calhar para os dois lados. Tenho um carinho especial pelo Benfica e pelo treinador, gostaria que ganhasse o Benfica, mas que ganhe o melhor. Também gosto do FC Porto e do Sporting, espero, acima de tudo, que seja um bom jogo de futebol», acrescentou.

O sonho da 70.ª internacionalização «será um prémio»

Um dos sonhos que Rebocho espera um dia concretizar é poder jogar pela Seleção A. O lateral jogou em todos os escalões de formação, dos sub-16 aos sub-21, somou 69 internacionalizações, mas nunca foi chamado à equipa principal.

«O meu objetivo principal é esse, um dia ser chamado a representar o país.  Acho que cheguei a estar pré-convocado no início desta época, deve ter sido a vez que estive mais próximo. Mas sei que é difícil, há jogadores muito bons na posição em que jogo. Têm feito um excelente trabalho na seleção e nos clubes também. Resta-me trabalhar, lutar pelos meus objetivos. Se um dia tiver a oportunidade, será um prémio pelo meu trabalho».

Já houve uma crise de laterais esquerdos a seguir a Rui Jorge, mas a federação acabou por preencher essa lacuna e nos últimos anos têm surgido várias alternativas. A começar por Fábio Coentrão, passando por Antunes, Raphael Guerreiro, Mário Rui e, mais recentemente, Kevin Rodrigues e Rúben Vinagre. «É muito bom, é sinal de que o futebol está a crescer, há muita qualidade em todas as posições e isso é importante para o selecionador fazer um grupo forte».

Futebol à parte, Rebocho tem um fascínio pelo design e multimédia. Chegou a estar inscrito na Faculdades de Belas Artes, no curso de design e comunicação, mas deixou esse projeto no congelador. «Tenho a matrícula congelada, mas gostava de um dia voltar e terminar a licenciatura. O que eu gosto mesmo tem a ver com multimédia, gosto de trabalhar com o Photoshop, vou tentando aprender em casa o máximo possível».

Um projeto para seguir mais tarde. «Na altura estava ainda um pouco indeciso sobre o curso que ia escolher, mas agora já sei o que quero. Ainda cheguei a ir duas semanas às aulas, mas depois não deu mais. Se um dia puder, nem que seja online, gostava de fazer o curso. Agora tenho algum tempo, mas estou totalmente focado no futebol. No tempo que tenho disponível aproveito para passear e para aprender. Passo muito tempo no computador a aprender sobre o que gosto», conta ainda Pedro Rebocho.

(Artigo originalmente publicado às 23:53 de 26-02-2019)