Nelson Veríssimo, treinador do Estoril, em declarações na conferência de imprensa após a vitória sobre o Famalicão na primeira jornada da Liga.

«O segredo foi controlar o jogo desde uma fase inicial. Foi um jogo equilibrado, o Famalicão teve uma oportunidade logo aos sete minutos num erro na nossa saída, mas depois conseguimos aproveitar a nossa ligação ofensiva, através dos médios.

Na segunda parte, houve mais volume ofensivo do Famalicão perto da nossa baliza, o penálti podia ter mudado o jogo, mas, felizmente, o Famalicão não marcou, com mérito do Dani no penálti.

Ao intervalo disse aos jogadores que a vantagem de dois golos é o resultado mais enganador. Porque pode dar falsa sensação de conforto, quando falta metade do jogo por disputar. Um golo podia mexer com as reações das equipas e não sei qual seria a reação da nossa equipa.

Por isso, fomos à procura do terceiro golo, tivemos situações em transição, mas não conseguimos. Mas quero dar os parabéns porque era importante entrar a ganhar e porque fizemos um bom jogo para esta fase da época. Mas ainda temos muita coisa para melhorar.»

[resposta de uma equipa muito jovem mostra que a qualidade é mais importante que a idade?]

«A qualidade tem de ser a base de tudo. Há jovens com 20 anos com mais jogos na Liga do que atletas com 25 ou 26. A experiência é importante, mas sobretudo aquela que os jogadores têm na liga em que estão a competir. Temos jovens jogadores de qualidade com menos experiência na Liga, mas essa experiência vai surgir com as oportunidades que vamos dar.»

[sobre a exibição de Tiago Gouveia, que conhece bem]

«O Tiago Gouveia, o João Carlos, o Arthur, o Geraldes, o Rosier… Posso falar de todos. Têm muito para crescer e melhorar. Claro que se conseguirem potenciar a qualidade em termos coletivos, melhor ainda. Temos aqui jogadores com qualidade e o Tiago é um deles. Mas temos consciência que não está fechado e que há posições cave que temos de reforçar. O campeonato é longo.»

[os quatro reforços titulares vieram de clubes «grandes»]

«Quando escolhemos o onze, não tivemos em linha de conta a proveniência, mas o adversário. Foi um grande problema escolher a equipa titular porque todos querem jogar. Temos passado a ideia de que precisamos de mentalidade competitiva e ganhadora. Da mesma forma que saiu o André Franco para o FC Porto, queremos que possa sair mais um no mercado de inverno para um clube dessa dimensão e outro no próximo ano. Um clube como o Estoril precisa de potenciar jogadores para esse tipo de transferências. Essa é uma missão que temos aqui.»

[sobre a exibição de João Carlos, de regresso ao clube após empréstimo]

«O João deu tudo, é o que pedimos aos nossos jogadores. Pedimos para jogar e correr pela equipa e ele fez isso. Não senti o nervosismo dele. Sabia que os jogadores iam estar ansiosos porque é a primeira jornada, mas não o senti particularmente nervoso. No final, dei-lhe os parabéns pelo compromisso com a equipa».