A Reserva Federal dos EUA acredita na possibilidade de a maior economia do mundo registar um agravamento, face ao aumento do desemprego, queda da actividade empresarial e redução do consumo.

Os dados constam das actas da reunião registada em meados de Março, que foram divulgadas esta quarta-feira. Na sequência destes receios, o banco central dos EUA decidiu avançar com a compra de dívida hipotecária (850 mil milhões de dólares) e do Tesouro (300 mil milhões de dólares).

«A deterioração das condições do mercado de trabalho foi muita rápida nos últimos meses, com fortes reduções de mão-de-obra em todos os sectores», pode ler-se nas minutas.

A Fed acrescenta que a produção industrial também continuou em queda, reagindo à descida da procura e ao aumento dos stocks.

No que diz respeito ao crédito, a Reserva Federal destaca as restrições acrescidas, a fragilidade e instabilidade dos mercados de capital e as pressões sobre o sistema financeiro.

A inflação foi outro tema abordado na reunião, em que a Fed decidiu manter a taxa de juro de referência entre 0 e 0,25%. Alguns membros alertaram para a probabilidade de a taxa de inflação se manter em níveis abaixo do desejado, e houve mesmo quem falasse no risco de deflação.

Nas suas últimas previsões, a Fed aponta para uma contracção da economia dos EUA entre 0,5 e 1,3% este ano. Em 2010, a recuperação começará, com um crescimento de 2,5 a 3,3%.