Há 200 mil imóveis usados, em Portugal, que estão sobreavaliados e, por isso, não encontram qualquer comprador, afirmou esta quinta-feira à agência «Lusa», o presidente da APEMIP, José Eduardo Macedo.

«Estimo que actualmente a oferta de imóveis usados no mercado português ascenda a 200 mil, mas porque estão sobreavaliados não encontram comprador», disse o dirigente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

Segundo José Macedo, estima-se que haja 200 mil imóveis usados «na cabeça dos proprietários».

«Os preços pedidos estão ainda relativamente próximos dos valores a que são vendidos os imóveis novos, mas por estarem sobreavaliados os compradores não optam por os adquirir», sublinhou.

Euribor em máximos

Neste caso, a restrição do crédito bancário e os empréstimos mais caros aos clientes não estão a impedir que estes imóveis sejam vendidos, apesar de a Euribor, a taxa a que os bancos emprestam dinheiro uns aos outros, ter atingido a seis meses, na quarta-feira, um novo máximo dos últimos oito anos, nos 5,166 por cento, e a três meses um máximo de quase oito anos, nos 4,97%.

As pessoas que querem vender os imóveis usados pedem preços que estão acima do que as habitações valem, até porque quando contraíram empréstimos pediram crédito para mobilar as casas e mesmo comprar automóveis.

O responsável pela APEMIP disse ainda que o parque imobiliário edificado, que ascendeu a 64 mil imóveis em 2007, deverá crescer este ano mais 50 mil unidades.

Há 5,7 milhões de imóveis edificados, mas «entre 800 mil a um milhão não reúnem condições mínimas de habitabilidade ou estão muito degradadas», rematou.